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29/Jul/2019

Pressão baixista pontual com a oferta da 2ª safra

A tendência é preços contidos do milho no mercado interno, com o avanço da colheita e da oferta da segunda safra de 2019 em grandes volumes e compradores mais retraídos, com a pressão baixista sendo limitada pela alta dos futuros em Chicago e o bom ritmo das exportações brasileiras. Os preços de milho estão em baixa na maior parte das regiões. A pressão sobre os valores é reflexo do avanço da colheita, que já tem aumentado a disponibilidade do cereal. Os produtores seguem com as atenções voltadas à colheita e ao escoamento da safra, enquanto as exportações vêm ganhando ritmo. Mesmo com a intensificação dos trabalhos de campo, os produtores/vendedores têm se mostrado cautelosos em negociar grandes lotes do cereal no mercado interno. Por outro lado, os compradores, atentos à maior disponibilidade do produto, pressionam os preços.

Na Região Centro-Oeste, apesar da procura de compradores de São Paulo, as quedas são mais intensas com o andamento da colheita. Nos últimos sete dias, os preços em Rio Verde (GO), Sorriso (MT) e Dourados (MS) registram queda de 5,9%, 2,1% e 1,4%, respectivamente. Nos últimos sete dias, os valores apresentam recuo de 1,2% e 1,1% no mercado de lotes (negociação entre empresas) nas regiões norte e oeste do Paraná. No mesmo período, há queda de 1,6% nos preços do mercado de balcão (ao produtor) e de 1,2% no mercado de lotes (negociação entre empresas). Em São Paulo, na região de Campinas, o Indicador ESALQ/BM&F, registra queda de 1,6%, indo a R$ 36,38 por saca de 60 Kg. A ausência de compradores e a maior disponibilidade de alguns produtores em negociar, além do avanço da colheita, pressionam as cotações. No acumulado do mês, a baixa é de 6,4%.

Na B3, nos últimos sete dias, o vencimento Setembro/2019 registra baixa de 1,3%, a R$ 36,61 por saca de 60 Kg. O contrato Novembro/2019 apresenta recuo de 1,0% no mesmo período, a R$ 38,63 por saca de 60 Kg. No campo, os trabalhos de colheita estão mais adiantados em relação a anos anteriores em Mato Grosso, com 86,1% da área colhida. Em São Paulo e Mato Grosso do Sul, o clima seco beneficia as atividades. Em São Paulo, de maneira geral, a colheita é mais lenta, mas, em Mato Grosso do Sul, 40% da área já foi colhida. No Paraná, 65% da área da 2ª safra de 2019 já havia sido colhida até o dia 25 de julho. Das lavouras ainda por colher, 6% estavam em condições ruins, 20%, em condição média e 74%, em boas condições. Quanto às fases de desenvolvimento, 5% estavam em frutificação e 95%, em maturação. No corredor da exportação, a demanda internacional aquecida tem elevado os embarques.

Somente na parcial de julho (considerando-se 15 dias úteis), o Brasil exportou 3,75 milhões de toneladas, o dobro do registrado em todo o mês de junho. Por enquanto, a perspectiva é que as exportações sigam aquecidas nas próximas semanas. Em relação ao mercado externo, as condições climáticas no Meio Oeste dos Estados Unidos e os impactos no desenvolvimento das lavouras ainda preocupam agentes, já que a quantidade colhida do grão pode ser menor que a esperada. As agências climáticas voltaram a indicar temperaturas mais amenas e chuvas no Meio Oeste dos Estados Unidos. Além disso, a menor produção de etanol de milho e a baixa comercialização do cereal pressionam os futuros do milho em Chicago. Em relatório semanal, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) apontou que 57% das lavouras estão em condições entre boas e excelentes, 30%, em média e 13%, entre ruins e muito ruins. Fontes: Cepea e Cogo Inteligência em Agronegócio.