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03/Jun/2019

Tendência é altista para preços do milho no Brasil

O clima frio e chuvoso nos Estados Unidos, que tem provocado atraso expressivo no plantio de milho no país e fortes altas dos futuros na Bolsa de Chicago vem garantindo preços sustentados no Brasil e a negociação de bons volumes da 2ª safra de 2019 para exportação. As exportações brasileiras de milho cresceram 61% entre janeiro e maio de 2019 em relação ao mesmo período do ano anterior. O milho brasileiro segue competitivo em dólares em relação ao produto norte-americano. A 2ª safra garante certa contenção dos preços internos, mas quando se aproximar o final da colheita, a tendência altista deverá se acentuar no mercado interno. A demanda interna também está aquecida, com maior produção de frangos e suínos para atender às compras em alta por parte da China. A colheita de milho da 2ª safra de 2029 avança nas principais regiões produtoras e a perspectiva é de que a disponibilidade na atual temporada seja recorde, de 110 milhões de toneladas (soma de estoque inicial, produção e importação). Mesmo com esse cenário, os preços do milho estão em alta.

O impulso vem da retração de vendedores, que estão atentos ao atual maior ritmo das exportações e à possibilidade de que as vendas externas sigam aquecidas nos próximos meses. Do lado comprador, muitos agentes, desabastecidos, precisam aumentar os valores para conseguir fechar negócios, que, por sua vez, se restringem a pequenos lotes. No contexto externo, os Estados Unidos, principal exportador mundial de milho, enfrentam grandes dificuldades com o semeio, devido ao excesso de chuvas. O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) indicou que, até o dia 28 de maio, apenas 58% da área havia sido semeada, o que representa 32% de atraso em relação à média das últimas cinco temporadas. As incertezas quanto à produção norte-americana, por sua vez, aumentam o interesse de compradores internacionais pelo milho brasileiro.

Com o ritmo de exportação aquecido, os preços na região dos portos acumulam altas significativas, movimento que, consequentemente, acaba sendo repassado em partes ao mercado interno. No Porto de Paranaguá (PR), o milho disponível se valorizou 12,1% em maio, cotado a R$ 38,15 por saca de 60 Kg. A média do mês de maio no Porto de Paranaguá está 2,5% superior à do Indicador ESALQ/BM&F (Campinas – SP), o que não era observado desde setembro/2018. O Indicador registra expressiva alta de 7,6% nos últimos sete dias e, no acumulado do mês de maio, 14,09%, a R$ 38,37 por saca de 60 Kg. Nos últimos sete dias, o preço médio do milho registra alta de 5,8% e, no mês de maio, de 5,3%. Neste caso, observa-se que cooperativas elevam os valores, no intuito de estimular produtores a negociarem. No mercado de lotes (negociação entre empresas), os aumentos são de 5,2% nos últimos sete dias e de 5,3% no mês passado.

Em Mato Grosso, na região de Rondonópolis, os preços apresentam forte avanço de 6,2% nos últimos sete dias e de 5,8% em maio, a R$ 27,38 por saca de 60 Kg. No Paraná, nas regiões oeste e norte, as cotações acumulam alta de 7,4% nos últimos sete dias, a R$ 32,90 por saca de 60 Kg e R$ 32,96 por saca de 60 Kg, respectivamente. Em maio, os aumentos foram de 9,3% na região oeste e de 11,7% na região norte do Estado. Na B3, nos últimos sete dias, o contrato Julho/2019 registra valorização de consideráveis 10,0%, cotado a R$ 38,27 por saca de 60 Kg. O contrato Setembro/2019 apresenta alta de 12,3%, a R$ 39,28 por saca de 60 Kg. No mercado externo, o clima desfavorável nos Estados Unidos tem elevado as cotações na Bolsa de Chicago. O vencimento Julho/2019 registra alta de 11,9% nos últimos sete dias, cotado a US$ 4,36 por bushel, maior patamar desde 28 de maio de 2018. O vencimento Setembro/2019 apresenta avanço de expressivos 11,7%, indo para US$ 4,45 por bushel. Fontes: Cepea, Bloomberg, Secex e Cogo Inteligência em Agronegócio.