13/Mai/2019
A tendência é baixista para os preços do milho no mercado brasileiro, com aumento da oferta, aproximação da colheita de uma grande produção na 2ª safra de 2019, safra recorde sendo colhida na Argentina e projeção de produção maior nos Estados Unidos em 2019/2020. Com novos ajustes positivos na estimativa de produção do milho na 2ª safra de 2019, a disponibilidade do cereal na temporada 2018/2019 deve atingir novo recorde, o que mantém a pressão sobre os preços domésticos no médio prazo. Vale lembrar que o movimento de queda nos valores tem sido observado desde o início de abril em grande parte das regiões. Nesse cenário, um maior ritmo de exportação será fundamental para escoar o cereal em 2019 e limitar o movimento de baixa das cotações. Por enquanto, os embarques já apresentam melhoras em relação aos verificados no ano passado.
Os compradores, atentos ao dólar, mostram interesse em realizar novos negócios para entrega no segundo semestre. Os vendedores, com receio de quedas mais intensas nos preços nos próximos meses, também estão mais dispostos a comercializar para exportação. No corredor de embarques, as negociações apresentam ritmo mais intenso. No Porto de Paranaguá (PR), o preço médio é de R$ 34,25 por saca de 60 Kg, alta de 2,2% nos últimos sete dias. No spot, refletindo a expectativa de oferta elevada, as cotações seguem recuando. Nos últimos sete dias, há queda de 0,9% no mercado de balcão (preço recebido pelo produtor) e de 1,7% no mercado de lotes (negociação entre empresas). Em São Paulo, na região de Campinas, o maior interesse de vendedores pressiona os valores com um pouco mais de força. O Indicador ESALQ/BM&F registra queda de 2,2% nos últimos sete dias, cotado a R$ 33,02 por saca de 60 Kg.
A safra 2018/2019 deverá ser a segunda maior da história. Para a 2ª safra de 2019, a produção está estimada em 69,2 milhões de toneladas (+28%). Para a safra de verão (1ª safra 2018/2019), a produção está estimada em 26,1 milhões de toneladas (-3%). A safra total deve somar 95,3 milhões de toneladas, o que, somado ao estoque inicial de 14,2 milhões de toneladas e às 500 mil toneladas de importação, deve resultar em uma disponibilidade interna de 110 milhões de toneladas, um recorde e 11% acima da temporada passada. O consumo interno está estimado em 62,5 milhões de toneladas e as exportações em 31 milhões de toneladas. Com isso, os estoques de passagem (em janeiro de 2020) somariam 16,6 milhões de toneladas, 16% maior que a temporada passada.
Nos Estados Unidos, o plantio está atrasado, com apenas 23% da área implantada até o dia 5 de maio, atraso de 13% em relação ao ano passado e de 23% frente à média dos últimos cinco anos. Na Argentina, a colheita havia alcançado 32,2% da área até o dia 8 de maio. As chuvas atrapalharam as atividades na região norte do País. Apesar disso, a estimativa se mantém em 48 milhões de toneladas. Neste ambiente, apesar das preocupações com o clima adverso e o atraso do semeio nos Estados Unidos, a falta de acordo entre os governos norte-americano e chinês pressiona os futuros na Bolsa de Chicago. Os vencimentos Maio/2019 e Julho/2019 registram recuo de 4,8% e 4,6% respectivamente, cotados, a US$ 3,44 por bushel e a US$ 3,53 por bushel, nesta ordem. Fontes: Cepea e Cogo Inteligência em Agronegócio.