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06/Mai/2019

Tendência baixista para o milho com maior oferta

Com a 2ª safra brasileira deste ano em boas condições e expectativa de uma grande colheita, além da necessidade de escoar os excedentes da temporada passada para abrir espaços nos armazéns, a pressão baixista deve seguir se acentuando sobre os preços do milho no mercado brasileiro. O bom desenvolvimento das lavouras de milho mantém a perspectiva de oferta elevada no segundo semestre. Atentos a esse cenário e já abastecidos, os compradores realizam pontualmente aquisições de pequenos lotes. Os produtores estão mais interessados em negociar, tanto no mercado spot quanto no futuro. Nesse contexto, os preços do cereal seguem em queda. Um fator que pode limitar as baixas internas é o atual maior ritmo das exportações. No geral, as negociações nos portos brasileiros para entregas entre julho e setembro estão aquecidas, impulsionadas pelos valores mais firmes e pelo elevado patamar do dólar.

Segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), as exportações brasileiras de milho em abril somaram 426 mil toneladas, volume quatro vezes acima do registrado no mesmo mês de 2018. Até o momento, as negociações da temporada 2018/2019 seguem adiantadas frente à safra anterior. Em Mato Grosso, até o final de abril, 58,4% da 2ª safra havia sido comercializada, 14,5% acima do mesmo período de 2018. No Paraná, 15% da produção foi negociada até março, 9% acima do verificado no mesmo período da safra passada. Nos últimos sete dias, foram observadas quedas de 2,2% no mercado de balcão (ao produtor) e de 2,4% no mercado de lotes (negociação entre empresas). No acumulado de abril, os recuos foram expressivos, de 9,6% e de 8,9%, respectivamente. O Indicador ESALQ/BM&F, referente à região de Campinas (SP), registra recuo de 2,7% nos últimos sete dias, cotado a R$ 33,78 por saca de 60 Kg.

No acumulado de abril, a baixa foi de fortes 12,5%, com o Indicador voltando aos patamares de fevereiro/2018, em termos nominais. No Rio Grande do Sul, a colheita da safra de verão (1ª safra 2018/2019) atingiu 87% da área até o dia 30 de abril, avanço de 4% ante a semana anterior. As expectativas ainda são positivas para a safra no Estado, que poderá superar em 24,5% a passada, totalizando 5,6 milhões de toneladas. No Paraná, 97% da área havia sido colhida até o dia 30 de abril. Segundo a Bolsa de Cereais de Buenos Aires, novas estimativas indicam que 48 milhões de toneladas de milho devem ser colhidas na Argentina, 2 milhões de toneladas a mais que a estimativa anterior. Esse aumento é reflexo dos bons rendimentos e da maior área cultivada. Quanto aos trabalhos de campo, até o final de abril, 30,9% da área tinha sido colhida.

Segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), apenas 15% da área do país havia sido semeada até o dia 28 de abril, próximo aos números do ano anterior, mas 12% abaixo da média dos últimos cinco anos. O atraso ocorre devido a chuvas e a alagamentos registrados no Meio Oeste do país. Na Bolsa de Chicago, o primeiro contrato (Maio/2019) registra avanço de 4,2% nos últimos sete dias, cotado a US$ 3,62 por bushel. O vencimento Julho/2019 apresenta alta de 3,7% no mesmo período, indo para US$ 3,70 por bushel. No mercado futuro da B3, os contratos também seguem em queda. O vencimento Maio/2019 está cotado a R$ 32,02 por saca de 60 Kg, forte queda de 5,4% nos últimos sete dias. Os contratos Junho/2019 e Setembro/2019 estão cotados a R$ 30,90 por saca de 60 Kg e a R$ 31,50 por saca de 60 Kg, desvalorizações de 2,2% e 1,7%, respectivamente. Fontes: Cepea e Cogo Inteligência em Agronegócio.