14/May/2025
A Bayer obteve lucro líquido de 1,299 bilhão de euros (US$ 1,44 bilhão) no primeiro trimestre de 2025, informou a companhia alemã nesta terça-feira (13/05). O resultado representa queda de 35,1% ante igual período do ano passado, além de ser inferior à previsão de analistas, de 1,485 bilhão de euros, de acordo com consenso da Vara Research. Já o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado diminuiu 7,4%, para 4,085 bilhões de euros, mas acima do consenso de 3,82 bilhões de euros. As vendas da companhia caíram 0,2%, para 13,738 bilhões de euros, ainda acima da projeção de analistas de 13,41 bilhões de euros. Segundo a Bayer, o aumento nas vendas de seus negócios farmacêuticos e de saúde do consumidor foi compensado por uma queda em ciências agrícolas (Crop Science). A divisão agrícola registrou vendas de 7,580 bilhões de euros no trimestre, um recuo de 4,1%.
O desempenho foi afetado pela anulação do registro do defensivo dicamba nos Estados Unidos e a expiração do registro do inseticida Movento na Europa. Além disso, o segmento de sementes e biotecnologia foi pressionado pelo planejamento de volumes para o segundo trimestre na América do Norte, devido a uma mudança na rede de distribuição, disse a empresa. Por região, as vendas da divisão agrícola na América do Norte somaram 3,869 bilhões de euros no primeiro trimestre deste ano, perda de 6,1% ante igual período de 2024. Na América Latina, houve perda de 11,9%, com vendas de 1,046 bilhão de euros. Já Europa, Oriente Médio e África, juntos, as vendas da divisão subiram 0,7%, para 2,094 bilhões de euros, enquanto na região Ásia-Pacífico avançaram 10%, para 571 milhões de euros. As vendas da divisão farmacêutica subiram 4,4% no primeiro trimestre, para 4,548 bilhões de euros.
Já a divisão de saúde do consumidor teve ganho de 4,7% no período, com receita de 1,499 bilhão de euros. A Bayer passa por uma reestruturação enquanto tenta lidar com ações judiciais nos EUA relacionadas ao herbicida Roundup e reduzir sua dívida. No último trimestre, cortou 2 mil empregos, totalizando 11 mil postos eliminados desde julho de 2023, o equivalente a 11% de sua força de trabalho global à época, segundo o CEO, Bill Anderson. Anderson afirmou que os cortes de custos contribuíram para o aumento do lucro ajustado da divisão farmacêutica no trimestre. Agora, a empresa planeja uma reformulação de sua divisão agrícola, com o plano de eliminar centenas de postos de trabalho na Alemanha nos próximos anos, como parte do esforço para aumentar a rentabilidade. O CEO aposta no fortalecimento do portfólio farmacêutico da Bayer para compensar o desempenho mais fraco da área agrícola em um ano que ele classificou como “desafiador, mas importante” para a companhia.
"Em um ambiente mais estável, provavelmente teríamos revisado para cima nossas projeções para a área farmacêutica", disse. "Mas, diante da incerteza em torno das tarifas, achamos prudente manter o que dissemos em março e acompanhar de perto os desdobramentos", acrescentou. Para todo o ano de 2025, a Bayer reiterou seu guidance, com ajuste pelo câmbio e já considerando os efeitos tarifários. Ainda assim, a companhia destacou que espera agora que o crescimento das vendas (ajustado por câmbio e portfólio) e a margem de Ebitda antes de itens especiais na divisão farmacêutica fiquem no limite superior da faixa indicada anteriormente. Além disso, diante dos desdobramentos relacionados aos riscos legais, a empresa disse que espera que os itens especiais no Ebit e no Ebitda fiquem no limite superior da faixa prevista, ou seja, aproximadamente 1,5 bilhão de euros negativos. Fonte: Broadcast Agro.