13/May/2025
A Fertilizantes Heringer teve lucro líquido de R$ 59,577 milhões no primeiro trimestre de 2025, depois de ter registrado prejuízo líquido de R$ 658,5 milhões no quarto trimestre de 2024. Na comparação com o mesmo período de 2024, também houve inversão do sinal, uma vez que a empresa havia contabilizado prejuízo de R$ 144,175 milhões, o que representa uma evolução porcentual de 141,3%. Apesar da melhora no resultado trimestral, a Heringer contabilizou queda de 6,7% na receita líquida de vendas no primeiro trimestre deste ano, comparado aos três primeiros meses do ano passado. Foram obtidos R$ 905,150 milhões este ano, contra R$ 970,159 milhões entre janeiro e março de 2024. A receita bruta de vendas recuou 6,8% na comparação interanual. Por outro lado, a empresa reverteu as perdas financeiras líquidas de R$ 89,273 milhões do primeiro trimestre do ano passado para resultado positivo de R$ 176,876 milhões nos primeiros três meses de 2025 (evolução de 298,1%).
O Ebitda (resultado antes de impostos, depreciação e amortização), medida de lucratividade operacional de uma empresa, ficou positivo em R$ 3,539 milhões no primeiro trimestre de 2025, ante resultado negativo de R$ 52,116 milhões na comparação interanual (alta de 106,8%). O volume total de entregas no primeiro trimestre de 2025 somou 358 mil toneladas, queda de 21,4% em relação às 455 mil toneladas entregues no primeiro trimestre do ano passado. De acordo com a empresa, a redução decorreu principalmente do foco em rentabilidade da empresa e aversão ao risco de crédito. No mix de produtos entregues no primeiro trimestre, os para café caíram de 131 mil toneladas para 112 mil toneladas, enquanto milho, de 137 mil toneladas para 124 mil toneladas. Também houve queda na cana-de-açúcar, de 59 mil para 33 mil toneladas. As entregas para soja ficaram estáveis na comparação trimestral interanual, em 19 mil toneladas.
A Fertilizantes Heringer registrou uma queda de quase 20% nas entregas do primeiro trimestre de 2025, na comparação com igual período do ano anterior, um recuo de 97 mil toneladas. No entanto, a redução foi resultado de uma estratégia deliberada de ajuste no portfólio e de uma postura mais conservadora na compra de matérias-primas, especialmente a ureia, o que garantiu ganhos expressivos em margem e rentabilidade, explicou o diretor comercial, Diogo Gomes. "De primeira já parece ser um sinal ruim, mas esses números refletem bastante todos os ajustes que vêm sendo feitos no grupo desde o ano passado", afirmou. Segundo ele, houve uma reformulação significativa na linha de produtos. "Foi feito um ajuste bastante drástico de portfólio, priorizando os produtos que, de fato, trariam uma rentabilidade para o grupo", acrescentou. A empresa reduziu o número de SKUs e descontinuou linhas com baixa performance financeira. "Retiramos de circulação linhas que, historicamente, vinham trazendo bastante prejuízo para a empresa", explicou. A nova abordagem concentrou os esforços em cultivos mais rentáveis, como café e cana-de-açúcar.
Outro destaque foi a mudança no mix de produtos, com queda nas vendas de fertilizantes convencionais e maior foco em formulações premium. No caso da ureia, a estratégia foi não se expor aos preços altos registrados no início do ano. "O risco retorno esperado para a ureia ficou muito perigoso", disse o diretor comercial. Em vez disso, a companhia optou por adquirir fertilizantes com preços a fixar, apostando numa queda futura. Essa abordagem contribuiu para o bom desempenho financeiro, apesar da retração nos volumes, segundo o porta-voz. Além disso, a leitura antecipada de mercado ajudou na alocação estratégica de compras, especialmente em cloreto e fosfatados. "O setor todo leu que o cloreto estava em níveis bastante baixos e a gente acabou comprando matéria-prima um pouco antes", destacou Gomes, lembrando que a decisão também trouxe ganho de estoque. Por fim, o executivo reforçou que o cenário agrícola continua favorável. "Todas as grandes culturas no Brasil são rentáveis hoje. Café, cana, soja, milho safrinha, milho verão, trigo. As margens continuam saudáveis", concluiu. Fonte: Broadcast Agro.