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07/May/2025

Minerais Estratégicos: projetos de investimentos

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) recebeu inscrições de 124 propostas de planos de negócios para investimentos em minerais estratégicos, no edital aberto em parceria com a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep). O investimento potencial dos projetos totalizou R$ 85,2 bilhões, tendo como destaque iniciativas voltadas a terras raras, lítio, cobre e grafite. As inscrições para a chamada pública, lançada no âmbito do programa Nova Indústria Brasil, encerraram-se na semana passada. Os projetos foram apresentados por 136 grupos econômicos para investimento em 23 Estados de todas as regiões do País. De acordo com o edital, os planos devem contemplar investimentos em capacidade produtiva e pesquisa, desenvolvimento e inovação (PD&I) para transformação de minerais estratégicos e obtenção de materiais transformados ou produtos manufaturados para transição energética e descarbonização.

Dos R$ 85,2 bilhões em investimentos potenciais apresentados, R$ 6,4 bilhões são de desenvolvimento tecnológico e R$ 67,8 bilhões são de escalonamento industrial desses projetos. O edital previa fomento a projetos de transformação mineral de alumínio, cobalto, cobre, estanho, grafite, lítio, manganês, metais do grupo da platina (PGMs), molibdênio, nióbio, níquel, silício, tântalo, terras raras, titânio, tungstênio, urânio, vanádio e zinco. Os elementos com mais propostas inscritas foram terras raras (27 projetos), lítio (25), cobre (24) e grafite (20). O Brasil reúne vantagens únicas para atração desses investimentos: vastas reservas minerais, uma matriz energética predominantemente limpa, um ecossistema robusto de inovação e, principalmente, neutralidade geopolítica, fatores que capacitam o país a liderar a agregação de valor na mineração de forma sustentável.

A grande demanda revela a aposta assertiva da política industrial do governo do presidente Lula, voltada para investimentos em transição energética. O edital prevê R$ 5 bilhões em fomento a projetos, sendo R$ 4 bilhões do BNDES e R$ 1 bilhão da Finep. As propostas recebidas serão avaliadas de acordo com os critérios definidos na chamada pública. Os planos de negócios selecionados receberão indicação de instrumentos financeiros do BNDES e da Finep que poderão ser usados no apoio à realização dos empreendimentos. Para os planos de negócios aprovados, em uma segunda fase, conforme condições creditícias dos proponentes, serão disponibilizados os instrumentos de crédito, participação acionária, recursos não reembolsáveis e subvenção econômica previstos nas duas instituições.

Segundo o Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, divulgou que ainda neste semestre será publicado um Plano Nacional de Minerais Críticos e Estratégicos. Há uma forte procura por esses minerais. Os investimentos em minerais críticos estão crescendo no Brasil, mas estão aquém da potencialidade e da necessidade do mercado. Representantes da embaixada norte-americana fizeram uma "visita exploratória" ao instituto, para averiguar se há disponibilidade para parcerias. Durante o governo de Joe Biden nos Estados Unidos, os minerais críticos estavam no foco, com vistas à transição energética. Sob Donald Trump continuam recebendo atenção, mas agora voltada à defesa. O tarifaço dos Estados Unidos não atinge o Brasil diretamente, pois as exportações (inclusive de minério e ouro) para o país são muito restritas. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.