05/May/2025
De acordo com o Boletim Logístico de abril da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), as principais rotas de escoamento de grãos em importantes Estados produtores começam a apresentar arrefecimento nos preços de fretes rodoviários após o término da colheita da soja. Em Mato Grosso, maior produtor nacional, a retração nas cotações foi observada em todas as rotas, com a diminuição se iniciando nas regiões onde a colheita da oleaginosa foi finalizada primeiro. No entanto, mesmo que a conjuntura momentânea seja de queda, existe a perspectiva de suporte aos preços de fretes rodoviários e aquecimento logístico em um futuro próximo, eventualmente até mesmo no primeiro semestre, antes do início da colheita de milho. Além de Mato Grosso, os valores praticados no mercado de fretes também apresentaram queda em Goiás, Piauí, Maranhão e Paraná.
No Paraná, apenas as rotas com origem em Ponta Grossa apresentaram variação positiva. Na Bahia, o fluxo logístico com o transporte de grãos apresentou comportamento variando de estabilidade a alta, dependendo das localidades. No Distrito Federal, foi observado um aumento generalizado dos preços em março, com destaque para as rotas destinadas a Araguari e Uberaba, em Minas Gerais. Em Mato Grosso do Sul, os valores também se mantiveram elevados, com o fluxo de transporte significativamente maior que nos meses anteriores. O volume de soja transportada quase triplicou em março, comparado a fevereiro. Dois fatores de mercado devem sustentar as cotações nos próximos meses: a proximidade de uma grande safra de milho, que deverá movimentar significativamente a logística, e a disputa comercial entre Estados Unidos e China, que pode direcionar parcela significativa da demanda internacional para a produção brasileira.
A Conab vem confirmando a perspectiva de uma safra recorde de grãos na temporada 2024/2025, agora estimada em 330,3 milhões de toneladas. O volume, se confirmado, além de ser o maior já registrado na série histórica da empresa, representa um crescimento de 32,6 milhões de toneladas quando comparado com o ciclo 2023/2024. Dentre os produtos cultivados, a soja deve registrar o maior volume já colhido no País. Nesta safra, a Conab prevê uma produção de 167,9 milhões de toneladas, resultado 20,1 milhões de toneladas superior à safra passada. O Centro-Oeste, principal região produtora do grão, deve registrar um novo recorde na produtividade média das lavouras, com 3.808 quilos por hectare. Com a colheita da soja avançada, o plantio do milho de 2ª safra de 2025 está próximo de ser finalizado.
A produção total do cereal, somados os três ciclos da cultura, está estimada em 124,7 milhões de toneladas para 2024/2025, crescimento de 9 milhões de toneladas em relação ao ciclo passado. Só na 2ª safra de 2025 do grão é esperada uma colheita de 97,9 milhões de toneladas. No cenário de exportações, os dados mostram que os embarques de milho em março totalizaram 5,9 milhões de toneladas, volume inferior aos 7 milhões registrados no mesmo período de 2024. As exportações de soja atingiram 22,2 milhões de toneladas no mês. O Porto de Santos (SP) se mantém como principal eixo de escoamento tanto para o milho (29,1% do volume) quanto para a soja (36%). Os portos do Arco Norte responderam por 26,3% da movimentação de milho em março, contra 43,3% no mesmo período do ano anterior. No caso da soja, os portos dessa região foram responsáveis por 34,4% das exportações nacionais, índice similar ao registrado em 2024. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.