01/May/2025
A Kepler Weber avaliou que a execução da linha do Programa para Construção e Ampliação de Armazéns (PCA) no atual Plano Safra ficou aquém da média histórica. Dos R$ 7,8 bilhões disponibilizados para armazenagem, apenas cerca de R$ 3 bilhões, ou 35%, chegaram efetivamente aos produtores rurais. A liberação de recursos ficou muito aquém da média histórica, que variava entre 60% e 70% do valor anunciado. A baixa execução restringiu investimentos no segmento de Fazendas, onde o PCA tem maior influência. Apesar de representar 13% a 14% da receita total da Kepler, a linha de crédito responde por 35% a 40% das vendas no segmento, que corresponde a aproximadamente 30% do faturamento da companhia. A expectativa para o próximo Plano Safra é de maior acessibilidade aos recursos, embora com juros mais elevados. Atualmente, as linhas do PCA operam com taxas entre 7,5% e 8,5% ao ano.
Para o ciclo 2025/2026, a previsão é de um custo em torno de 10,5% ao ano. O que se fala é que o diferencial de custo vai subir, mas o dinheiro vai chegar de forma mais efetiva à ponta. A demanda por armazenagem na fazenda permanece sólida, mas esbarra na necessidade de crédito de longo prazo. O produtor quer comprar, mas muitas vezes precisa de prazos de 24 ou 36 meses. A Kepler Weber depende muito do plano safra nesse segmento. A expectativa é de que a maior disponibilidade de recursos facilite a conversão de negócios no segundo semestre. Mesmo diante da restrição de crédito, a intenção de investimento do produtor rural continua, impulsionada pelo déficit estrutural de armazenagem. O agricultor brasileiro saiu da fase de expansão de área e agora busca eficiência.
A tendência é aumentar a capacidade de armazenagem na propriedade. A capacidade armazenadora "on-farm" no Brasil, hoje próxima de 17% da produção, pode dobrar na próxima década. O Brasil deve sair dos atuais níveis e se aproximar de países como Argentina, onde 40% da capacidade está na fazenda, e Estados Unidos, com cerca de 60%. A Kepler Weber ressaltou que a dependência do Plano Safra diminuiu nos últimos anos. Há cinco ou seis anos, o programa representava entre 50% e 60% do faturamento da companhia. Hoje, a exposição direta é de cerca de 13% a 14%. A diversificação de negócios, com o crescimento de Reposição e Serviços, Agroindústrias, Portos e Negócios Internacionais, tornou a companhia mais resiliente a choques de crédito rural. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.