01/May/2025

A Kepler Weber firmou o maior contrato dos últimos cinco anos no segmento de biocombustíveis e espera iniciar a contabilização da receita já no terceiro trimestre de 2025. O projeto, que ainda não teve o cliente revelado, é voltado à instalação de uma planta de etanol de cereais e pode representar uma virada para os resultados da companhia, que registrou queda de 51% no lucro líquido do primeiro trimestre, para R$ 25,6 milhões. "É um contrato muito relevante. Ele será faturado majoritariamente no terceiro e quarto trimestres, com aproximadamente 80% da receita prevista para 2025 e o restante para 2026. A rentabilidade esperada é superior à que apresentamos neste primeiro trimestre", afirmou Bernardo Nogueira, CEO da Kepler Weber.

O diretor financeiro Renato Arroyo destacou que as margens do projeto são comparáveis às melhores operações do segmento de agroindústrias em anos anteriores, justamente o setor que sofreu pressão no início de 2025, com queda de 15,3% na margem bruta. "Este contrato vai ter margens similares ao que receitamos no setor de agroindústrias no ano passado do que o que estamos receitando agora", disse. Apesar do valor ainda não ter entrado na linha de adiantamento de clientes do balanço do primeiro trimestre, que totalizou R$ 120 milhões, a empresa espera receber antecipações ao longo dos próximos meses. "Esse contrato deve passar a compor os adiantamentos no segundo trimestre", explicou Arroyo.

O projeto simboliza a diversificação da companhia, cuja receita de operações fora do core business tradicional já representa 37% do faturamento, ante 26% no período pré-pandemia. "O agro brasileiro está se industrializando rapidamente, e biocombustíveis são uma das nossas apostas para diversificar a receita", destacou Nogueira. A empresa anunciará detalhes completos em maio, em conjunto com o cliente, mas já vê o contrato como "base importante de sustentação" para a curva de resultados no segundo semestre. A expectativa é de manutenção da receita nominal de 2025 em linha com 2024, porém com recuperação gradual das margens a partir do terceiro trimestre. Fonte: Broadcast Agro.