01/May/2025
A Valley, multinacional norte-americana referência em irrigação, está acelerando seus planos no Brasil e aposta em um novo ciclo de crescimento do agronegócio a partir de 2027. Para isso, a empresa já realizou R$ 130 milhões em investimentos e projeta um novo aporte, de R$ 60 milhões, para o ano que vem. O foco está em três eixos: ampliação industrial, nacionalização de componentes e formação de mão de obra. A empresa se prepara para um novo pico do mercado a partir de 2027. A agricultura é cíclica e o setor está se preparando para o próximo ‘boom’. O investimento da Valley passa pela expansão da capacidade produtiva na fábrica de Uberaba (MG).
A meta é aumentar em mais de 50% a capacidade, atingindo 2 mil lances de pivô por mês até o fim de 2025. A decisão foi tomada com base na avaliação de que o Brasil será cada vez mais estratégico nos planos globais da companhia. O investimento também contempla a nacionalização de componentes atualmente importados, entre eles, motores, caixas de engrenagem e sistemas eletrônicos. Hoje, cerca de 30% do que a empresa usa ainda vem de fora. A ideia é reduzir para menos de 10%, diminuindo a exposição a variações cambiais e possíveis tarifas. A terceira frente é voltada para formação de mão de obra técnica especializada, em parceria com o Senar e a Universidade de Uberaba.
A empresa está formando técnicos para montagem e manutenção de pivôs, algo essencial para sustentar o crescimento da base instalada no campo. Atualmente, o Brasil representa 25% do faturamento global da Valley na área de irrigação, e a empresa considera o mercado brasileiro o mais dinâmico entre todos em que atua. Após o pico de vendas em 2022 e 2023, houve um recuo de cerca de 15%, mas a base permanece robusta. O novo patamar de operação está muito acima do que se via historicamente. A diversificação de culturas irrigadas também tem avançado. A cana-de-açúcar, por exemplo, passou de 5% para 8% do portfólio da empresa e deve chegar a 13% em 2025.
A empresa desenvolveu pivôs adaptados para trabalhar com vinhaça, o que transformou um passivo ambiental em solução agronômica. Em citros, a Valley observa aumento expressivo da irrigação, especialmente com a expansão da laranja em regiões como Mato Grosso do Sul. Apesar de desafios como crédito rural mais restrito, há sinais de amadurecimento no setor. A irrigação já não depende tanto do BNDES ou do Plano Safra. Hoje há bancos privados disputando espaço com linhas próprias. A pauta da irrigação chegou na “Faria Lima”. Ainda assim, existem gargalos a resolver. Falta sinergia entre crédito e seguro. Os bancos e seguradoras ainda não precificam corretamente o menor risco de quem tem irrigação instalada. Isso precisa mudar. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.