22/Apr/2025
Segundo a Embrapa Territorial, o agronegócio brasileiro poderia ter ganhos de até 36% em competitividade se os principais gargalos logísticos do País fossem resolvidos, mais que o dobro do impacto estimado pela adoção das tecnologias de ponta já disponíveis para a produção agropecuária, que somariam ganhos de 16%. Se todas as tecnologias de ponta que a Embrapa tem hoje fossem levadas para os bons produtores rurais do Brasil, que já são tecnificados, a competitividade aumentaria na ordem de 16%. Mas, se tirasse os gargalos logísticos do Brasil, a competitividade desses mesmos produtores seria aumentada em 36%. O Brasil enfrenta uma defasagem crônica entre o crescimento da produção e a ampliação da infraestrutura logística. Há menos de 10 anos, o Brasil produzia 100 milhões de toneladas de grãos a menos do que vai produzir esse ano. E quais foram as grandes obras que destravaram a logística agropecuária no Brasil nos últimos 10 anos? Pouquíssimas.
Os investimentos prioritários deveriam ser direcionados para ferrovias e hidrovias, que são modais mais eficientes para o transporte de longo curso. Quanto menor o valor agregado de um produto, mais dependente ele é de uma logística eficiente. E se essa logística não é eficiente, mais se mina a competitividade desse produto. Soja e milho são produtos muito baratos em termos comparativos com carros ou até mesmo com proteína animal. A Embrapa Territorial mencionou um estudo realizado pela instituição a pedido do Ministério da Agricultura, entre 2016 e 2017, que apontou um grave desbalanço entre produção e exportação entre as Regiões Norte e Sul do País. Naquele ano, verificou-se que apenas 16% de toda a safra do Brasil era exportada pelo Paralelo 16 para cima. Só que a produção era de quase 40%. Isso significava que 25% da produção do Norte tinha que cruzar o País para ser exportada pelos portos do Sul e Sudeste.
Entre as obras prioritárias apontadas no estudo, a conclusão da BR-163 (que liga Cuiabá/MT a Santarém/PA), o derrocamento do Pedral do Lourenço no Pará para viabilizar a navegação na hidrovia do Tocantins, as dragagens permanentes na hidrovia do Madeira em Rondônia e a Ferrogrão, entre Sinop (MT) e Miritituba (PA), que segue com seu processo parado no STF. Existem ainda muitas obras que podem ser priorizadas dentro dessa carteira de portfólio focadas no agro, que poderiam melhorar muito a eficiência do País. Dados da Confederação Nacional da Indústria (CNI) e da Confederação Nacional dos Transportes (CNT) mostram que 65% da malha pavimentada do Brasil está em condições ruins, péssimas ou moderadas. Ou seja, o Brasil só tem em boas condições 35% das rodovias. Isso tudo encarece o custo e leva a prejuízos na balança. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.