16/Apr/2025

O conglomerado farmacêutico e agrícola Bayer afirmou que poderia parar de produzir o herbicida mais popular do mundo, a menos que obtivesse proteção judicial contra processos que acusam o herbicida de causar câncer. O Roundup gerou dezenas de bilhões de dólares em vendas ao longo do tempo para a Bayer e a Monsanto, a gigante de sementes de biotecnologia e desenvolvedora do Roundup, adquirida pela Bayer em 2018. A Bayer produz atualmente cerca de 40% do glifosato do mundo, que os agricultores pulverizam nos campos para controlar ervas daninhas que ameaçam as plantações.

Mas, na última década, o herbicida também gerou uma onda de litígios para a Bayer, pressionando o preço de suas ações e custando cerca de US$ 10 bilhões em indenizações aos demandantes. No início de março, a Bayer informou a agricultores, fornecedores e varejistas que poderia interromper a venda do Roundup, o que deixaria os agricultores norte-americanos dependentes do glifosato importado da China. "Estamos praticamente chegando ao fim da linha", disse o CEO da Bayer, Bill Anderson, em uma entrevista. "Estamos falando de meses, não de anos."

Para muitos agricultores norte-americanos, a agricultura sem o Roundup é como jogar beisebol sem luva. Mais de 90% das lavouras de soja, milho e algodão plantadas nos Estados Unidos são geneticamente modificadas para resistir a herbicidas à base de glifosato, de acordo com o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). Agricultores norte-americanos aplicam quase 136 milhões de quilos de glifosato, o principal ingrediente do Roundup, em seus campos a cada ano, de acordo com dados do Serviço Geológico dos Estados Unidos. Fonte: Broadcast Agro.