25/Mar/2025
Após um ano e meio praticamente paralisado, o Porto de Itajaí, no litoral norte de Santa Catarina, tenta retomar a normalidade de suas operações com uma nova gestão. Por decisão do Ministério de Portos e Aeroportos (MPor), o porto foi federalizado no fim do ano passado, e desde 2 de janeiro de 2025, sua administração é da Autoridade Portuária de Santos (APS), responsável pela infraestrutura pública do Porto de Santos. A decisão busca recuperar e dar novo ímpeto ao porto, cuja gestão era do município de Itajaí e que deveria ter feito um processo de concessão desde 2023. No entanto, a falta de avanço nessa questão resultou em um agravamento significativo da situação. Embora a Superintendência do Porto de Itajaí (SPI) tenha realizado uma licitação, o resultado foi contestado, prolongando a incerteza. Antes, em 2022, houve uma tentativa no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro de fazer a concessão do porto à iniciativa privada. A intenção era realizar o leilão em dezembro daquele ano, propiciando investimentos da ordem de R$ 2,8 bilhões em melhorias, modernização e expansão do porto. O plano não teve sucesso.
Com a federalização no final de 2024, o governo escalou a APS, autarquia que administra o Porto de Santos (SP). A missão é ‘pôr a casa em ordem’ em Itajaí para recuperar e revigorar o porto. O advogado André Leme da Silva Fleury Bonini, que era chefe de gabinete do presidente da APS, Ânderson Pomini, assumiu interinamente a superintendência do porto catarinense no início de janeiro. O Ministério de Portos afirmou que a gestão do Porto de Itajaí permanecerá pública. Não haverá desestatização do porto. O foco é fomentar arrendamentos, como o que está, provisoriamente, com a Seara, que já movimenta quase 30 mil contêineres de cargas por mês. A operação logística da Seara, empresa do grupo J&F Investimentos, dono da JBS, é feita pela JBS Terminais. O objetivo do MPor é fazer arrendamentos definitivos de áreas no porto. A previsão é de que o terminal de contêiner tenha operação definitiva definida ainda em 2025. Outra frente é a concessão das obras (de dragagem e aprofundamento) do canal de navegação, num processo competitivo.
O Porto de Itajaí já voltou a ganhar ritmo nesse curto período de nova gestão. O porto, que já foi um dos principais do País na movimentação de contêineres e de carga frigorificada, sofreu muito neste um ano e meio de paralisação. Havia muitos problemas. A encampação do porto pela União e a entrega da gestão para a APS não foram bem-vistas pela gestão municipal de Itajaí e até por sindicalistas ligados ao porto. Com uma história que teve início em 1938, o porto organizado (cais público e área arrendada) de Itajaí teve a gestão municipalizada no fim dos anos de 1990, no governo Fernando Henrique Cardoso. A avaliação da nova gestão é que já se verifica uma ascendente retomada, embora haja muito a se fazer. Segundo informações do porto, em janeiro houve 81 atracações de navios, e a receita passou de R$ 7,5 milhões, um ano atrás, para R$ 18 milhões em janeiro último. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.