14/Mar/2025
Segundo o Instituto Aço Brasil, apesar das estimativas de queda na produção de aço no Brasil com a entrada em vigor da sobretaxa imposta pelos Estados Unidos, o mercado não deve sofrer com as tarifas de 25% sobre o aço do País, pois a demanda norte-americana por semiacabados não foi suprida ao longo dos últimos anos. Alguns estrategistas estão falando em prejuízo de US$ 1,5 bilhão com as tarifas norte-americanas, mas o setor continua produzindo normalmente. Até porque o que se exporta para os Estados Unidos é através de demanda e isso vai continuar, só que esse mercado vai ter preços elevados com a taxa. As placas (semiacabados) que o Brasil exporta para os Estados Unidos são matérias-primas para a indústria siderúrgica norte-americana.
Essa necessidade vai continuar, pois os Estados Unidos não têm como suprir essa necessidade intempestivamente. Não tinham em 2018 e não têm agora. No ano passado, das 5,6 milhões de toneladas de placas de aço importadas pelos Estados Unidos, 3,4 milhões de toneladas foram do Brasil. Na quarta-feira (12/03), começou a vigorar a tarifa de 25% sobre importação de aço e alumínio imposta pelos Estados Unidos e segundo estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), a sobretaxa pode gerar queda de 2,19% da produção local de metais ferrosos, contração de 11,27% das exportações e redução de 1,09% das importações.
Com isso, o Brasil teria perda de exportação equivalente a US$ 1,5 bilhão e uma queda de produção de quase 700 mil toneladas em 2025. Para o Aço Brasil, o governo brasileiro está no caminho correto para resolver a situação, com a criação de um canal de alto nível, chefiado pelo vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin, com o secretário de Comércio dos Estados Unidos, Howard Lutnick, e com o representante comercial dos Estados Unidos (USTR), Jamieson Greer. O canal está aberto e a expectativa é fazer como o acordo de 2018.
Na época, os Estados Unidos taxaram a importação de aço, mas o Brasil conseguiu estabelecer um mecanismo de cotas para abastecer o mercado norte-americano. Aconteceu exatamente isso: o governo Trump entrou com tarifas e o Brasil, a Argentina e a Coreia do Sul começaram as negociações, no início duras, e demoraram alguns meses. Mas, houve êxito em mostrar a complementariedade das exportações e foi estabelecido um acordo de cotas, com o volume estipulado. Por esse acordo, não entrava mais nada nos Estados Unidos, além das 3,5 milhões de toneladas de placas e 3,68 mil toneladas de acabados. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.