14/Mar/2025
Segundo estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), a tarifa de 25% sobre importação de aço e alumínio imposta pelos Estados Unidos, em vigor a partir do dia 12 de março, tem baixa repercussão na economia brasileira de modo geral, mas um impacto relevante para o setor siderúrgico. A sobretaxa pode gerar queda de 2,19% da produção local de metais ferrosos, contração de 11,27% das exportações e redução de 1,09% das importações. Com isso, o Brasil teria perda de exportação equivalente a US$ 1,5 bilhão e uma queda de produção de quase 700 mil toneladas em 2025. Isso se deve ao fato de que os Estados Unidos são um mercado muito importante para o aço brasileiro. Em 2024, o país foi destino de mais da metade das exportações.
Portanto, é um mercado crucial de aço para o Brasil e daí a importância de se lidar com essa questão. Já na economia geral, o estudo prevê que a medida provocará queda de apenas 0,01% do PIB e de 0,03% das exportações totais, com ganho de saldo na balança comercial de US$ 390 milhões, já que a redução da atividade econômica também levará à redução nas importações (0,26%). A negociação é a melhor forma de o País encaminhar o assunto. O Brasil tem uma indústria siderúrgica bastante desenvolvida, forte e que exporta, principalmente produtos semiacabados. É importante que busque algum tipo de negociação para o governo norte-americano para reverter essa medida e impedir que isso possa trazer prejuízos para o setor. Não há uma maneira simples de o Brasil responder a essas medidas, seja a relativa ao aço ou as que venham a ser introduzidas em um futuro próximo.
Dado o peso da economia norte-americana, a fragilização da Organização Mundial do Comércio (OMC), e o desdém explícito da atual administração norte-americana quanto à obediência a regras multilaterais só restam ao Brasil duas alternativas: negociar ou retaliar. Negociar é, com certeza, a melhor opção, até porque o Brasil pode utilizar o argumento de que os Estados Unidos registram superávit no comércio com o Brasil. No caso dos Estados Unidos, a tarifa teria pequeno impacto sobre o PIB (-0,02%), mas geraria quedas mais significativas do investimento (-0,49%), das exportações (-0,39%) e das importações (-0,66%), bem como o aumento de US$ 7,3 bilhões do saldo comercial, valor considerado “insignificante” ante o déficit comercial de mais de US$ 1 trilhão no comércio de mercadorias.
Em termos setoriais, as importações norte-americanas de metais ferrosos teriam queda expressiva, de 39,2%, enquanto a produção doméstica teria aumento de 8,95%. As exportações se reduziriam em 5,32%. Outros setores produtivos no país também teriam queda de produção em função da tarifa, como máquinas e equipamentos (-1,1%), produtos de metal (-0,9%), equipamentos elétricos (-0,6%) e veículos e peças (-0,5%), como reflexo do aumento de custo de produção gerado pelo encarecimento do aço. Também as exportações destes setores seriam prejudicadas (quedas de respectivamente, -1,9%, -4,3%, - 0,9% e -0,7%), assim como as próprias exportações do setor de metais ferrosos (-5,3%). Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.