13/Mar/2025
A gestora internacional de ativos agrícolas The Land Group, especializada em projetos de agricultura regenerativa, está preparando sua entrada no Brasil. Com operações em 40 mil hectares de terras no Uruguai e no Paraguai, o grupo vai começar neste mês a buscar investidores no mercado brasileiro. Fundada em 2016, a Land Goup compra, transforma e faz a operação de terras agrícolas. Os projetos seguem abordagens regenerativas, conjunto de técnicas que ajudam a assegurar a saúde do solo. A agricultura regenerativa não só melhora a produtividade das terras, também agrega valor aos ativos no longo prazo. Em sua chegada ao Brasil, a gestora quer atrair investidores que tenham interesse em diversificar seus portfólios com ativos sustentáveis e dolarizados. No momento, a empresa não tem planos de comprar terras no País, onde vai se concentrar na busca de recursos. O grupo tem sob sua gestão US$ 120 milhões em terras agrícolas na América do Sul. São, ao todo, oito propriedades.
O plano para o Brasil prevê, inicialmente, a captação de valores na faixa entre US$ 40 milhões e US$ 50 milhões nos próximos 12 meses, com potencial para ultrapassar US$ 150 milhões em rodadas subsequentes de atração de recursos. A busca é por grandes investidores, gestores de ativos e family offices. Os investimentos são adaptados às necessidades dos parceiros, podendo haver mais de um investidor em um empreendimento ou um investidor por propriedade. A Land Goup não é um fundo de investimentos, é uma operadora. Identifica as propriedades, adquire, desenvolve um plano de negócios, que é implementado e faz a gestão dos empreendimentos. A agricultura regenerativa é um bom investimento porque tem custos de produção mais baixos e rendimentos maiores do que os de cultivo convencional. Além disso, as terras têm preços de mercado mais altos e oferecem possibilidades adicionais de geração de receita, como créditos de carbono.
Da porteira para dentro, a principal atividade do grupo é a criação sustentável de gado bovino. A abordagem é a rotação do rebanho dentro da fazenda. Nesse sistema, os bovinos circulam em pequenos piquetes, o que torna possível a recuperação das pastagens. Como o capim é a base da alimentação dos rebanhos, a carne que sai das propriedades é neutra em carbono. O grupo adota esse manejo, conhecido como pastoreio adaptativo, na criação das 20 mil cabeças de gado das propriedades sob administração da empresa. Com o sistema, é possível dobrar a taxa de lotação e aumentar a eficiência produtiva sem comprometer a qualidade do solo. Os investidores brasileiros estão familiarizados e têm uma vasta experiência em agricultura e recursos naturais. Isso os deixa bem-posicionados para reconhecer a oportunidade de criar valor a longo prazo por meio de investimentos em terras agrícolas regenerativas. Fonte: Globo Rural. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.