11/Mar/2025
Segundo o Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), o Ibama deveria usar inteligência artificial para acelerar os processos de concessão de licenças para o setor mineral, reduzindo os prazos. No Brasil, a espera é de 5 a 7 anos. Em outros países, os mesmos processos são resolvidos em metade ou um terço do tempo. A situação do Ibama melhorou desde os anos 90, mas, diante do aumento de volumes de pedidos, os licenciamentos podem levar até 8 anos para serem processados. A demanda sobrepassa as possibilidades em termos de pessoal, tecnologia, processo e procedimento. É fundamental o licenciamento ser rigoroso para ter sustentabilidade dentro do projeto, mas é preciso mais agilidade. Os times são pequenos para absorver a demanda atual e a futura, que deve ser maior, em virtude, inclusive, de capitais externos, como chineses, australianos e canadenses. O País vem recebendo missões de todo o mundo para avaliar projetos e investimentos. Mas, ao tomar conhecimento dos prazos de licenciamento no Brasil, os investidores sofrem um "esfriamento". Mesmo assim, há oportunidades.
O seminário "Cadeias de Valor de Minerais Estratégicos para Transição Energética e Descarbonização" tem o objetivo de promover a Chamada Pública de planos de negócio para investimentos em capacidade produtiva e P&D para transformação de minerais estratégicos. A estimativa do BNDES é direcionar até R$ 5 bilhões para os projetos, favorecendo o beneficiamento dos minerais no Brasil e a exportação de produtos processados. O edital está aberto até 30 de abril. É necessário desenvolver a indústria para que o País faça o processamento dos minérios e não reviva um modelo colonialista de produção. O Brasil tem 14 minerais críticos e responde por 10% das reservas globais. Porém, as linhas de financiamento voltadas para o setor, como o edital para o desenvolvimento da cadeia produtiva dos minerais críticos, são pequenas diante das cifras voltadas para a indústria como um todo e das necessidades do setor. Conforme levantamento mais recente do Ibram, as empresas do setor planejam investir US$ 68,4 bilhões entre 2025 e 2029.
No novo cenário global, o momento é ímpar para a mineração. É uma questão extremamente sensível para a cadeia de suprimentos, com a necessidade de minerais críticos e estratégicos essenciais para a segurança alimentar e ambiental, para a tecnologia e para a Defesa. A mineração está no topo das preocupações. O Ibram também apontou o posicionamento dos Estados Unidos. Donald Trump demonstra uma grande preocupação com isso, quando fala da Groenlândia, da Austrália e do Canadá. A ascensão de Donald Trump reduziu o ritmo do diálogo sobre transição energética, mas os temas de defesa, inovação e tecnologia estão em alta, o que mantém a demanda. Além disso, as exportações brasileiras estão concentradas em minério de ferro, destinadas à Ásia, especialmente à China. Por isso, o "potencial negativo" dos Estados Unidos no momento é limitado quanto às exportações brasileiras do setor. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.