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25/Feb/2025

Frete Marítimo: EUA quer limitar hegemonia chinesa

Segundo o ING, as tentativas dos Estados Unidos para limitar a dominância da China em questões marítimas, logísticas e de construção naval podem ter efeito contrário ao desejado pelo governo do presidente Donald Trump. As ações podem aumentar as taxas de escala ou causar ineficiências nas linhas de suprimento, que afetariam importadores, exportadores e consumidores norte-americanos. O ING destaca que a participação da China no mercado da construção naval cresceu de menos de 5% em 1999 para mais de 50% em 2023, com o país no controle de 95% da produção de contêineres de transporte e 86% do fornecimento mundial de chassis intermodais. E os pedidos de novos navios mais eficientes são compostos por cerca de 60% de empresas chinesas, sugerindo que a dominância deve aumentar nos próximos anos.

Contudo, a alternativa proposta pelos Estados Unidos, de introduzir taxas e restrições, pesaria sobre os importadores norte-americanos e colocaria em ação a maior ameaça da nova guerra comercial: não limitar punições para bens específicos. Isso colocará em risco a confiança do investidor e as cadeias de oferta. Vários memorandos envolvendo investigações e propostas de ações punitivas já foram lançados, incluindo sobre outros temas, como as taxas impostas sobre serviços digitais na Europa e no Canadá. Além disso, o próprio secretário do Comércio, Howard Lutnick, indicou na semana passada que pretende colocar taxas sobre embarcações estrangeiras que entrem nos Estados Unidos. As propostas analisadas incluem cobrar US$ 1 milhão por navio operado por transporte marítimo da China que entre em portos americanos, ou até US$ 1 mil por tonelada líquida da capacidade da embarcação.

Taxas com base na percentagem de navios chineses na frota marítima também são consideradas e variam de US$ 500 mil a US$ 1,5 milhão por entrada. De acordo com Linerlytica, cerca de 17% dos navios de contêiner que atracam em portos norte-americanos são feitos pela China e a quantidade em tráfego marítimo internacional é ainda maior, o que significaria que boa parte das importações estaria sujeita a multas pesadas e aumentos nos custos de fretes. Ao mesmo tempo, a indústria de construção naval dos Estados Unidos ainda não está pronta para assumir a liderança, com apenas 4% da participação no mercado global composta por navios menores e mais velhos. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.