19/Feb/2025
Investir milhões de Reais em um trator ou colheitadeira de última geração não significa que toda a tecnologia embarcada nesses maquinários gigantescos garantirá melhor resultado ao produtor. Um insumo básico tem feito muita falta no campo: a conectividade. Esse gargalo tem levado fabricantes de máquinas a lançar serviços e equipamentos que conectam as máquinas dentro das fazendas. Só assim, com transmissão de dados em tempo real e uma ação rápida a partir das informações coletadas, pode-se explorar o máximo do que a tecnologia é capaz de fazer pela atividade agropecuária. A John Deere afirmou que nos últimos cinco anos deu um salto gigantesco.
Mas, para que o produtor possa acessar todos os recursos das máquinas é preciso que ele esteja conectado, a fim de que a transmissão de dados ocorra em 100% do tempo. A marca tem 775 mil máquinas conectadas globalmente e a expectativa é que esse número alcance 1,5 milhão até 2026. Para atingir essa meta, a fabricante está começando neste ano a venda, no Brasil, de um serviço de conectividade via satélite que utiliza a rede Starlink, da SpaceX. O objetivo é permitir que os agricultores que enfrentam desafios de conectividade rural aproveitem integralmente as tecnologias agrícolas de precisão. A internet via satélite promove um tempo muito rápido de comunicação, garantindo mais eficiência do plantio à colheita.
O modelo conectará máquinas novas e já existentes por meio do serviço de internet via satélite e terminais robustos. Os dados são enviados para uma plataforma que pode ser acessada remotamente (via app ou web), para monitoramento, análise e insight, com o suporte da rede de concessionárias. O serviço tem feito parte do pacote de ofertas da companhia. A instalação por antena tem o custo de R$ 6.150,00 com três anos de licença incluída. Outra gigante do mundo das máquinas agrícolas, a Jacto, de Pompeia (SP), também decidiu oferecer uma solução de conectividade privativa a seus clientes. Em parceria com uma empresa brasileira focada em comunicação entre máquinas, a Virtueyes IoT, passou a vender este ano estações móveis de conectividade, que funcionam por energia solar e possuem conexão por satélite.
A empresa tem hoje três fazendas operando com o sistema e boa performance. Agora, traz o produto comercialmente para o mercado. É um produto periférico para ajudar na missão de fazer com que o produtor use tecnologia e tenha benefícios disso. É um acessório que ajuda a comercializar. Como exemplo, a Jacto cita um produtor que possui 25 pulverizadores e que descobriu, com ajuda dos dados gerados durante a operação, que as máquinas trabalhavam somente quatro horas por dia. Se ele fizer com que elas trabalhem seis horas, pode ter menos máquinas. Um projeto de instalação de antena com a rede privativa de conectividade parte de R$ 180 mil, dependendo da quantidade de antenas necessárias para cobrir a área.
Cada antena cobre um raio de 5 quilômetros. Ou seja, seria suficiente para uma propriedade de até 5 mil hectares. A falta de conexão de internet no campo também foi estopim para um novo produto da AVant, empresa de drones de Cascavel (PR), que desenvolveu um kit de roteador wi-fi portátil com chip acoplado, ao custo de R$ 35,00 por mês, fora a primeira aquisição do equipamento. A logística de dados representa um grande problema para o agro. A antena possui alcance muito superior à de um celular e o equipamento pode ser usado também em redes 4G ou 3G. Fonte: Globo Rural. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.