06/Feb/2025

Relacionar Bill Gates apenas à tecnologia e filantropia é coisa do passado. O cofundador da Microsoft, que ganhou os holofotes nesta semana ao revelar que já doou mais de US$ 100 bilhões por meio da Fundação Bill e Melinda Gates para combater doenças e reduzir a pobreza, também se destaca no agronegócio. De acordo com a The Land Report, revista especializada em propriedades privadas, o magnata de 69 anos é o maior proprietário de terras agrícolas dos Estados Unidos. São 275 mil acres, o equivalente a 111.331 hectares, espalhados por 19 Estados. A maior parte fica no estado da Louisiana, na região sul do país, enquanto a menor, no Novo México, tem apenas 1 acre de extensão. As demais estão em Washington, Idaho, Wyoming, Nebraska, Colorado, Iowa, Wisconsin, Michigan, Ohio, Indiana, Illinois, Califórnia, Arizona, Arkansas, Mississippi, Carolina do Norte e Flórida. Mesmo com tantas propriedades, o dinheiro não é o principal objetivo dele e da família.

Um dos homens mais ricos do mundo não esconde a preocupação com as questões ambientais e de segurança alimentar que assolam o planeta. Por isso, doações de valores altos são constantes para projetos ligados a esses assuntos por meio da sua fundação. Então, qual seria o objetivo de acumular tantas terras? Gates indicou a ciência das sementes e o desenvolvimento de biocombustíveis como os principais motivos. O setor agrícola é importante. Com sementes mais produtivas, é possível evitar o desmatamento e ajudar a África a lidar com as dificuldades climáticas. Não está claro o quão baratos os biocombustíveis podem ser, mas se forem baratos, podem resolver as emissões da aviação e dos caminhões, informa o site AGFunder News. Em 2021, a startup norte-americana Provivi, criada por um químico brasileiro e mais dois sócios, recebeu US$ 10 milhões da fundação do empresário para alavancar os investimentos relacionados às soluções de controle biológico de pragas agrícolas.

Um dos objetivos com o valor recebido foi destinado ao trabalho de desenvolvimento de tecnologias para agricultores de subsistência em países da África e Ásia. Você sabe o que é Wolbachia? O método consiste na liberação do mosquito Aedes aegypti na natureza com a bactéria de mesmo nome para reduzir a capacidade de transmissão de doenças, como dengue, zika, chikungunya e febre amarela, e faz parte do trabalho realizado pelo Ministério da Saúde em parceria com Fundação Bill & Melinda Gates desde 2011. Em 2021, o próprio Bill Gates afirmou em seu blog que o mosquito é o animal que mais mata no mundo. Por isso, resolveu promover a ‘Mosquito Week’, semana com eventos e informações para combater o inseto. A Iron Ox, startup com origem no Vale do Silício, conseguiu US$ 50 milhões do fundo de tecnologia Breakthrough Energy, de Bill Gates, para investir na criação de robôs integrados ao sistema hidropônico que consome 90% menos água que as plantações tradicionais. Na ocasião, ela cultivava manjericão, morango, coentro, salsa e tomate.

De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), a Food and Agriculture Organization (FAO) recebeu uma doação de US$ 5,6 milhões de Bill Gates para proporcionar melhorias nos sistemas de informações de 17 países da África, como Angola e Moçambique, em 2008. A longo prazo, o objetivo visava aumentar a precisão dos dados relacionados à agricultura e alimentação na área de abrangência do projeto. Em 2024, a empresa Breakthrough Energy, fundada por Bill Gates em 2015, anunciou a doação de US$ 40 milhões para a startup Deep Sky, que planeja criar um campo de testes no Canadá para sistemas que sugam o carbono diretamente do ar. Novamente por meio da Fundação Bill & Melinda Gates, o cofundador da Microsoft anunciou o aporte de US$ 300 milhões, divididos entre 2018 e 2020, para que projetos agrícolas ligados às alterações climáticas pudessem beneficiar agricultores da Ásia e África durante o cultivo de alimentos. Fonte: Globo Rural. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.