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05/Feb/2025

Gargalos logísticos e escoamento da safra de grãos

Segundo a XP Research, a logística do agronegócio brasileiro deve operar com capacidade limitada nos próximos meses, o que pode pressionar os custos de frete e afetar o escoamento da safra. Não deve haver mudanças relevantes na oferta de transporte de grãos no curto prazo, mas o crescimento do setor depende de projetos ainda em fase inicial. No modal ferroviário, a Rumo Logística, principal operadora ferroviária do País no transporte de grãos, segue com atuação concentrada em suas rotas já estabelecidas. No Arco Norte, há apenas um novo projeto relevante, a joint venture entre 3tentos e Caramuru, voltada para cargas próprias. Apesar da localização estratégica, a construção ainda não começou e não há previsão para sua entrada em operação. A expectativa é que, quando concluído, o terminal tenha a Hidrovias do Brasil (HBSA) como operadora da via fluvial.

O Porto de Santos (SP) segue como o principal ponto de escoamento da safra brasileira, concentrando parte significativa das exportações de grãos. Além dos terminais em construção da Cofco e da estrutura conjunta da Rumo e DP World, há novos projetos sendo estudados por empresas como CLI, Caramuru e Bunge, que podem ampliar a capacidade de embarque no médio prazo. No transporte rodoviário, a oferta de caminhões pode ter sido reduzida pelo crédito mais restrito e pelo aumento da inadimplência em contratos de aluguel, como reportado pela Vamos, empresa listada na bolsa e especializada no setor. Além da frota disponível, a capacidade de descarga nos armazéns e portos segue limitada e não aumentou desde o pico dos preços do frete em 2023. Com a colheita de soja atrasada em Mato Grosso, a baixa demanda por transporte rodoviário se estendeu por janeiro, período que tradicionalmente marca uma recuperação nos preços do frete.

Após uma queda de 6% a 7% em 2024 nas principais rotas de exportação do Estado, os valores chegaram ao menor patamar do ano em dezembro, com desvalorização de até 25% na comparação anual. Esse movimento gerou incertezas para investidores e empresas do setor, que aguardam uma recuperação dos preços para que operadoras ferroviárias como Rumo e HBSA possam precificar melhor os volumes de grãos para 2025. Os produtores podem ser os mais afetados pelo aumento dos custos logísticos neste ano. Em 2024, as tradings garantiram antecipadamente contratos ferroviários e hidroviários, o que deu maior poder de negociação aos agricultores. Para 2025, com a expectativa de alta nos preços do frete e a menor disposição das tradings em fechar contratos de take-or-pay, os produtores podem ter menos margem de manobra na comercialização da safra, reduzindo sua capacidade de precificação e aumentando os custos na ponta. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.