31/Jan/2025
A Haifa Group, empresa israelense de fertilizantes especiais, inaugurou nesta quinta-feira (30/01) sua primeira unidade fabril brasileira em Uberlândia (MG) e vê possibilidade de, no médio a longo prazo, ter o Brasil como um dos seus três principais mercados. O Brasil hoje está quase no nível de importância das cinco maiores subsidiárias no mundo. A expectativa é a de que a operação brasileira comece a ter cada vez mais participação no faturamento da empresa. Entre o médio e o longo prazo, o Brasil pode estar entre os três primeiros países em participação na receita porque há capacidade de expansão. Na Europa, a empresa já é líder e o crescimento está bastante estabilizado. A empresa não abre números de faturamento e do tamanho do investimento para o empreendimento. Com a fábrica e Minas Gerais, a Haifa passa a ter quatro unidades de produção própria no mundo.
As outras fábricas estão em Israel (sede), França e Canadá, além de outras fábricas com parceiros na Grécia, na Itália, na Holanda, na África do Sul e uma recém-inaugurada joint venture na Índia. O plano também era vir para o Brasil por intermédio de uma parceria, mas a empresa não encontrou nenhuma produção similar e resolveu construir do zero sua própria estrutura. A Haifa tem 19 subsidiárias em todos os continentes e seus produtos chegam a mais de cem países. A nova unidade de aproximadamente 20 mil metros quadrados será responsável por fabricar fertilizantes de liberação controlada, isto é, com capacidade de liberar, no solo, os nutrientes conforme a necessidade da planta, e com maior capacidade de absorção do que o insumo tradicional. A tecnologia para essa liberação gradual ainda será produzida na França. O Brasil ficará responsável pela proporção da mistura de nitrogênio, fósforo e potássio, feita de acordo com cada região e cultura.
É uma tecnologia pouco adotada no mercado brasileiro, mas amplamente utilizada no mercado europeu, onde as legislações já preconizam que não se deve aplicar fertilizante no solo, principalmente os nitrogenados, sem proteção. Isso é algo que, independentemente de a legislação brasileira permitir e ainda não ter esse olhar para o impacto ambiental, a Haifa já está antecipando, porque entende que essa é a agricultura mais amigável para o planeta. Fertilizantes hidrossolúveis, principal especialidade da empresa israelense, continuam sendo importados. A Haifa produz produtos com foco em vegetais e frutas e para grandes culturas como milho, café e citros. A linha produzida no Brasil será vendida para todo o País por meio de oito centros de distribuição que a empresa já tem, nos estados de São Paulo, Bahia, Pernambuco, Minas Gerais, Goiás, Paraná, Rio Grande do Sul e Espírito Santo. Exportações eventuais para países da América do Sul são uma possibilidade, mas o foco é o território nacional.
Uma nova fábrica no Brasil, na Região Sul ou na Região Nordeste, também poderia ser construída no futuro. A fábrica em Minas Gerais já entra em atividade com capacidade de produção de cerca de 20 mil toneladas por ano. No entanto, a ideia é começar com 6 mil toneladas no primeiro ano e crescer aos poucos, com projeção de crescimento para 20 mil toneladas em até cinco anos e 40 mil toneladas em até dez anos, ritmo considerado "orgânico e sustentável". A escolha do Brasil para a nova fábrica, assim como a Índia para a joint venture, deve-se ao potencial que a Haifa vê nos dois países para crescimento no agronegócio e como grandes produtores de alimentos. A empresa entendeu que o Brasil tem grande potencial de expansão e quer mostrar para o mercado que está investindo e engajada com a agricultura brasileira. Principalmente com o meio ambiente, trazendo tecnologias que estejam preocupadas com a otimização de recursos e o menor impacto ambiental possível. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.