30/Jan/2025
Segundo o Boletim Logístico da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), divulgado nesta quarta-feira (29/01), a tendência para os fretes rodoviários é de alta a partir de fevereiro, especialmente em Mato Grosso, onde a oferta concentrada da oleaginosa e a necessidade de agilizar a colheita para o plantio da 2ª safra de milho de 2025 tendem a impulsionar a demanda por transporte. Em Mato Grosso, 90% do plantio de soja foi realizado em apenas cinco semanas. A tendência é de injeção de enorme oferta concentrada em curto intervalo de tempo, a ocorrer principalmente em fevereiro. Além do fluxo intenso de grãos em Mato Grosso, fatores regionais devem influenciar os custos logísticos em 2025. No Maranhão, a interdição da ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, na BR-226, entre Estreito (MA) e Aguiarnópolis (TO), afeta diretamente o escoamento pelo Porto do Itaqui (MA).
A ponte, que já apresentava problemas estruturais identificados pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), desabou em 22 de dezembro de 2024, interrompendo o tráfego na rodovia. A interdição dessa via pode impactar os custos logísticos, elevando o preço dos fretes na região. O governo federal já anunciou a reconstrução da estrutura, com investimento previsto de R$ 171 milhões, mas a obra deve levar meses para ser concluída. Além da interdição na BR-226, o Maranhão também aprovou a Contribuição Especial de Grãos (CEG), que determina taxação de 1,8% sobre o valor da tonelada movimentada, elevando o custo do escoamento. A cobrança entrará em vigor no final de fevereiro.
Em São Paulo e outros Estados, a valorização do dólar e o aumento da produção agrícola também devem elevar os custos dos fretes. O comportamento do mercado de transporte de grãos foi diferente em dezembro de 2024, quando os preços dos fretes registraram queda na maioria das rotas. Em Mato Grosso, o trecho Sorriso-Santos fechou o mês a R$ 390,00 por tonelada, recuo de 7% ante novembro. Em Goiás, as principais rotas registraram queda entre 12% e 15%, com destaque para o trecho Rio Verde-Santos, que fechou o mês a R$ 221,40 por tonelada. A baixa demanda por transporte de grãos no final do ano, aliada à menor pressão logística antes do início da colheita, resultou em um cenário de estabilidade ou redução nos custos dos fretes. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.