22/Jan/2025

O plano de recuperação judicial (RJ) da AgroGalaxy recebeu 13 objeções de credores até o momento, conforme apurado nos autos do processo que tramita na 19ª Vara Cível de Goiânia (GO). O prazo para apresentação de novas contestações terminou nesta terça-feira (21/01), após prorrogação devido ao recesso do Judiciário. Segundo a empresa, a expectativa é que a assembleia geral de credores ocorra até abril, adiantando-se ao prazo máximo de seis meses. Entre os credores que já se manifestaram estão grandes fornecedores, como Basf e Mosaic, além de instituições financeiras, como o Banco do Brasil. Apresentado em dezembro, o plano de recuperação oferece condições distintas para credores parceiros e não parceiros, dando prioridade àqueles que mantiverem relações comerciais com a companhia. Segundo o documento protocolado, fornecedores parceiros terão pagamentos sem deságio em até 10 anos, com dois anos de carência.

Credores não parceiros enfrentarão prazos mais longos, com até 13 anos para quitação e descontos substanciais. Pequenas empresas podem optar por uma quitação simbólica de R$ 1 mil ou recebimento integral em até dois anos. Já os trabalhadores terão suas verbas quitadas integralmente em até 12 meses, respeitando o limite de 150 salários-mínimos por credor. No caso de produtores rurais, o plano prevê início dos pagamentos poucos meses após a homologação, com incentivos para a continuidade do fornecimento de insumos e manutenção das relações comerciais. "Hoje, já contamos com um cinturão de fornecedores que nos permite operar com previsibilidade e segurança, especialmente para a safra de milho 2ª safra de 2025", afirmou o CEO Eron Martins.

A administração também busca acelerar as negociações com credores antes da assembleia geral, prevista para ocorrer em abril. "Confiamos na aprovação do plano, mas sabemos que o êxito depende de um diálogo aberto com os credores. Temos trabalhado para demonstrar que as propostas atendem tanto aos interesses da empresa quanto à necessidade de recuperação dos valores devidos", disse Martins. O processo de recuperação judicial foi iniciado em setembro de 2024, após dificuldades na renovação de empréstimos de curto prazo terem resultado na inadimplência de Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRA). Se aprovado, o plano permitirá que a AgroGalaxy retome suas operações em condições financeiras mais equilibradas. "Nosso foco é garantir que todas as partes envolvidas se beneficiem do processo de recuperação e que a companhia volte a crescer de maneira sustentável", concluiu o CEO. Fonte: Broadcast Agro.