22/Jan/2025
A AgroGalaxy anunciou duas medidas para reforçar sua liquidez no curto prazo: a venda de uma carteira de recebíveis vencidos há mais de 120 dias e a retomada das atividades do Fundo de Investimento em Direitos Creditórios (FIDC) Terra Magna. "A venda da carteira de recebíveis traz dinheiro fresco para a conta já neste trimestre. Isso é fundamental para fazermos negócio, porque já temos os produtos e os acordos negociados com fornecedores. O caixa na mão nos dá um fôlego adicional", afirmou o CEO da AgroGalaxy, Eron Martins. A operação de venda da carteira foi estruturada em um processo competitivo, envolvendo créditos com atraso superior a 120 dias. Segundo o diretor financeiro, Luiz Conrado Sundfeld, a transação terá impacto positivo na liquidez com entrada significativa de caixa já em janeiro. "É uma transação muito relevante, e a empresa já havia provisionado a diferença entre o valor nominal dos créditos e o preço de venda, mitigando os efeitos contábeis", disse ele, sem detalhar os valores envolvidos. O FIDC Terra Magna, suspenso desde setembro de 2024, é exclusivo para antecipação de recebíveis da AgroGalaxy.
Por meio do fundo, a empresa antecipa recursos com base em títulos de crédito, como a Cédula de Produto Rural (CPR), emitida por produtores rurais. A retomada do fundo permitirá que a companhia volte a oferecer vendas a prazo com condições competitivas. "O FIDC é estratégico porque nos dá flexibilidade para retomar os negócios. O risco de crédito é dos produtores, e não da empresa, o que também traz segurança aos investidores", destacou Sundfeld. A AgroGalaxy acredita que a retomada do FIDC será um catalisador para impulsionar as vendas da 2ª safra de milho de 2025, ajudando produtores que ainda enfrentam dificuldades com restrições de crédito e juros elevados. Além disso, o fundo deve oferecer prazos estendidos aos produtores rurais até novembro de 2025, contribuindo para mitigar os impactos das condições restritivas de crédito no setor. Combinadas, segundo os executivos, as medidas devem acelerar a normalização das atividades comerciais da companhia. "Nosso objetivo é voltar a faturar a prazo, mantendo um custo histórico modificado e a flexibilidade para fazer vendas", afirmou Sundfeld.
O CEO Eron Martins complementou: "O caixa na mão é uma baita munição para fazermos negócios. Já temos os produtos, conseguimos puxar os acordos negociados com fornecedores, e isso nos dá um gás adicional". O impacto total das despesas e ajustes contábeis realizados no trimestre foi de R$ 770 milhões, abrangendo baixas de créditos tributários, renegociação de dívidas e fechamento de lojas não rentáveis. Sundfeld enfatizou que boa parte desses ajustes, como multas renegociadas e dívidas parceladas, não geram efeito de caixa imediato, mas refletem as condições negociadas no plano de recuperação. Como parte desse plano, a AgroGalaxy também reduziu 40% de sua força de trabalho e cortou 50% de sua rede de lojas, de 149 para 74 unidades. Apesar do impacto no curto prazo, os executivos reforçaram que essas medidas são essenciais para estabilizar as finanças e garantir a continuidade das operações. "Nosso objetivo é reposicionar a empresa para um crescimento sustentável, garantindo que as operações sejam viáveis e competitivas a longo prazo", afirmou Martins. Fonte: Broadcast Agro.