07/Jan/2025
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) vão colocar R$ 5 bilhões no desenvolvimento de negócios que visem a transformação de minerais estratégicos com foco em transição energética e descarbonização. O objetivo é financiar e entrar com participações acionárias em empresas que investem ou planejam investir em áreas para desenvolvimento de cadeias como de lítio, terras raras, níquel, grafite e silício. O edital de chamada pública para as duas instituições receberem planos de negócio que vão nessa direção será lançado nesta terça-feira (07/01), com seleção programada para ser divulgada em junho. A expectativa é de que os recursos também mobilizem investimentos para a fabricação de componentes como células de baterias, células fotovoltaicas e imãs permanentes.
O apoio vai abranger plantas em escala industrial, plantas piloto ou de demonstração, e pesquisas e estudos necessários para a viabilização de novas capacidades industriais, a depender do estágio dos projetos e tecnologias envolvidas. O BNDES afirmou que, com as ações, o banco e a Finep querem investir na agregação de valor na mineração, setor do qual o "mundo está atrás". E o Brasil tem um grande potencial porque tem vários dos minerais importantes para a transição energética e a descarbonização da indústria. A ideia com essa chamada é atrair e antecipar investimentos para o País. O presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, espera atrair na chamada empresas de diferentes elos da cadeia produtiva. Mineradores e detentores de tecnologias e experiência em materiais transformados e componentes manufaturados dentro e fora do País poderão constituir parcerias e contar com as melhores opções de financiamento às indústrias no Brasil.
As interessadas devem trabalhar inclusive em cooperação, contemplando um mix de empresas de diferentes portes e atividades distintas, entre desenvolvedores de tecnologia e produtores. Para acessar o orçamento, as empresas precisarão apresentar planos de negócio e apontar quanto demandam de recursos e os instrumentos de investimento esperados. Por exemplo, o Fundo Clima ou o programa 'Mais inovação', parceria de crédito entre BNDES e a Finep cujo custo é baseado na TR. Recursos não reembolsáveis também são uma alternativa. Serão realizados alguns eventos com as empresas para promover e permitir que elas possam se conhecer entre elas, se conectar. A expectativa é de que a chamada possa alavancar nos próximos anos investimentos em um volume de cinco a dez vezes o orçamento disponibilizado na chamada.
De acordo com o BNDES, no Brasil estão a maior reserva e maior produção mundial de nióbio, a segunda maior reserva de grafite natural, a terceira maior reserva de níquel, a terceira maior reserva de terras raras, entre outros, além de ser responsável também pela quinta maior produção de lítio e terceira maior produção de silício. Para o Finep, o País está bem-posicionado para atrair investimentos em refino, metalurgia e oferta de materiais transformados, o que deve impactar o setor mineral, elétrico e a eletrificação da economia. Esta chamada visa desenvolver cadeias de minerais estratégicos essenciais para a transição energética e descarbonização, além de mobilizar investimentos para a fabricação e reciclagem de produtos que utilizam esses insumos. Após o lançamento da seleção pública que acontece nesta terça-feira (07/01), o prazo para apresentação dos Planos de Negócios vai de 13 de janeiro a 30 de abril. Em 12 de junho deve ser publicado o resultado da chamada, com a estruturação dos planos de suporte prevista até 25 de julho.
O BNDES avalia que o projeto complementa dentro da cadeia produtiva a parceria do banco e da Vale, que em outubro anunciaram o consórcio que irá administrar o fundo de investimento focado na pesquisa de minerais críticos que têm potencial para serem explorados no Brasil, uma etapa anterior à transformação. É tudo parte da agenda da Nova Indústria Brasil (NIB), que atua para o País agregar mais valor em suas cadeias. O orçamento da nova chamada integra a carteira de investimentos da NIB até 2026. Com R$ 259 bilhões do BNDES, o plano conta com R$ 506,71 bilhões para projetos da chamada "neoindustrialização", que somam a participação também da Finep, BNB, Banco do Brasil, BASA e Caixa. O BNDES conta ainda com cerca de R$ 8 bilhões reservados para aplicar em participações de empresas, de onde saíram parte dos recursos da parceria com a Vale. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.