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18/Dec/2024

Irrigação: oeste da Bahia é o maior polo do Brasil

De acordo com levantamento realizado pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), com dados até outubro de 2024, o extremo oeste da Bahia conquistou o posto de maior polo de irrigação por pivôs centrais no Brasil, superando o noroeste de Minas Gerais, que liderava o ranking até recentemente. Houve uma expansão de quase 300 mil hectares irrigados no País em relação à última análise, feita em 2022, pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) e pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). De acordo com o levantamento atual, 2,2 milhões de hectares são irrigados por pivôs centrais no Brasil. Em 2022, a área correspondia a 1,92 milhão de hectares. Os dados atuais revelam um crescimento em áreas irrigadas acima de 14% em apenas dois anos, comprovando a dinâmica do setor, segundo a Embrapa Milho e Sorgo (MG). Os resultados obtidos com o levantamento mostraram uma área de 2.200.960 hectares irrigada por 33.846 pivôs centrais, com um acréscimo de 140.842 hectares e 3.807 novos equipamentos de irrigação.

Os municípios com as maiores áreas irrigadas por pivôs centrais no País são: São Desidério, na Bahia, com 91.687 hectares; Paracatu, em Minas Gerais, com 88.889 hectares; Unaí, também em Minas Gerais, com 81.246 hectares; Cristalina, em Goiás, com 69.579 hectares; e Barreiras, na Bahia, com 60.919 hectares. Esse crescimento está relacionado às condições topográficas, às facilidades de instalação dos empreendimentos, ao uso das águas do Aquífero Urucuia e ao armazenamento da água de irrigação em tanques de geomembrana. As tendências de crescimento das principais áreas irrigadas mostram que, em breve, o município de Barreiras (BA), também deverá superar Cristalina, (GO). Minas Gerais continua sendo o Estado com maior área irrigada por pivôs centrais no País (637 mil hectares), enquanto a Bahia superou Goiás, ocupando atualmente o segundo lugar, com uma área irrigada de 404 mil hectares. Entre os biomas brasileiros, mais de 70% dos equipamentos de irrigação estão localizados no Cerrado, e apenas o Pantanal não registrou o uso de irrigação por pivôs centrais no atual levantamento.

Mais de 70% dos equipamentos de irrigação do País usam águas oriundas das bacias hidrográficas do Rio Paraná (37,7%) e do Rio São Francisco (33,1%). Apesar de o Brasil ser um dos grandes produtores globais de alimentos, bioenergia e fibras, a maior parte de sua produção agrícola é baseada em sistemas de sequeiro, ou seja, dependente das chuvas. A área brasileira irrigada, de acordo com as atuais estatísticas da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), corresponde a apenas 2,6% da área irrigada global, apesar de termos cerca de 12% da água superficial e as maiores reservas de água subterrânea (aquíferos) do planeta. A área total irrigada do Brasil, de cerca de 9,2 milhões de hectares, incluídos todos os sistemas de irrigação como o uso de gotejamento, inundação e aspersão convencional, por exemplo, é menor que as áreas irrigadas do Irã e Paquistão, três vezes menores que a dos Estados Unidos e oito vezes menor que as áreas irrigadas da China e Índia. As principais vantagens do uso da irrigação estão relacionadas ao aumento da produtividade por área (entre duas e três vezes em relação aos cultivos não irrigados), qualidade e estabilidade da produção, produção na entressafra, além da redução na pressão para expandir a fronteira agrícola.

A desvantagem está no grande consumo de água dos mananciais. A maioria dos aquíferos está em processo de depleção (a recarga é menor que o volume retirado), como o Aquífero Ogalalla, nos Estados Unidos, principal fonte de água do estado de Nebraska, que tem a maior área irrigada daquele país. O rebaixamento do nível de água dos aquíferos traz grandes desafios para a produção de alimentos no futuro associados à menor oferta de água em longo prazo, maiores custos de bombeamento, redução nas vazões das águas superficiais e tendência de salinização das águas subterrâneas. Os eventos climáticos extremos, como estiagens prolongadas, ondas de calor e excesso de chuvas, têm causado impacto negativo na produção agrícola de sequeiro no Brasil, além de provocar abalos no mercado interno e na pauta das exportações. Essas volatilidades inerentes à produção de sequeiro têm refletido na tendência de crescimento da agricultura irrigada no Brasil. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.