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09/Dec/2024

Fertilizantes: Yara inicia produção com biometano

A Yara, multinacional do setor de fertilizantes, iniciou, em seu complexo industrial em Cubatão (SP), a produção de amônia renovável e, a partir deste insumo, de adubo nitrogenado com baixa pegada de baixo carbono. A amônia renovável é produzida a partir do biometano (um biogás que substitui o gás natural, proveniente de fonte fóssil). No processo industrial, há a substituição de um pelo outro, sem necessidade de mudança de estrutura na fábrica. O biogás será fornecido pela Raízen, do setor sucroenergético, que produz o insumo em Piracicaba (SP), a partir da vinhaça (resíduo da fabricação de etanol de cana-de-açúcar), e da torta de filtro, subproduto da produção de açúcar. A amônia renovável será usada tanto na planta de Cubatão para produção de adubo nitrogenado, quanto comercializada para outras indústrias, não só do segmento de fertilizantes, já que a amônia tem várias aplicações.

Além da amônia renovável, a Yara vai comercializar o fertilizante nitrogenado low carbon (baixo carbono) produzido a partir dela. A Yara Brasil produz, anualmente, 200 mil toneladas de amônia convencional, o que resulta em 400 mil toneladas de fertilizantes nitrogenados/ano. Para dar conta desse volume, são consumidos, diariamente, 700 mil metros cúbicos de gás natural, maior consumo desse combustível no estado de São Paulo. Quanto ao biometano, serão demandados inicialmente 20 mil metros cúbicos por dia, para se alcançar a produção anual de 6 mil toneladas de amônia renovável e 15 mil toneladas de fertilizante nitrogenado de baixo carbono. O suprimento de biometano servirá para converter 3% da produção de fertilizante nitrogenado em um adubo de baixo carbono.

Conforme a demanda por ambos os produtos renováveis for sendo intensificada, na agricultura, a Yara aposta inicialmente nos setores de café e citros (com suco de laranja), a tendência é a de que a produção na planta de Cubatão seja aumentada. Não há necessidade de investimento em alteração da estrutura industrial para substituir o gás de origem fóssil pelo biometano. A companhia espera um aumento da demanda para que a produção ganhe escala e os custos tanto da amônia renovável quanto do fertilizante low carbon sejam reduzidos. A Yara lembra que, a partir da amônia renovável, descarboniza parte de sua operação e portfólio e, consequentemente, tem potencial para influenciar toda a cadeia que faz uso de fertilizantes nitrogenados com menor pegada de carbono e de soluções industriais, assim que ela ganhar escala.

Ao combinar a nova geração de fertilizantes com menor pegada de carbono ao conhecimento agronômico da companhia, será possível trazer ainda mais valor para o agricultor, abrindo novos mercados e fontes de receita. Na cadeia do café, por exemplo, a expectativa é de uma redução de até 40% na pegada de carbono do grão colhido. Políticas públicas que incentivem a produção de biocombustíveis também devem contribuir para aumentar a oferta de biometano no País. Hoje, caso a Yara necessitasse substituir 100% do que usa de gás natural por biometano, não haveria oferta suficiente disponível. Ainda é necessário haver ampliação desses projetos de biogás. Por isso, é preciso políticas públicas que estimulem a produção de biogás para que o País tenha uma agricultura mais verde. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.