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06/Dec/2024

John Deere inaugurou centro de inovação em SP

A norte-americana John Deere inaugurou nesta quinta-feira (05/12) seu primeiro centro de inovação e desenvolvimento de produtos fora do Hemisfério Norte. Localizada em Indaiatuba (SP), a unidade recebeu investimento de R$ 180 milhões. Com o centro, em vez de “tropicalizar” tecnologias para adaptá-las às necessidades dos produtores da América Latina, a companhia poderá desenvolver esses produtos na nova estrutura. É um lugar de primeira linha, que criará equipamentos já pensando na agricultura tropical. A inauguração ocorre em um momento em que a empresa prepara uma ampla renovação nas opções de maquinário que oferece aos produtores brasileiros: em 2025, ela prevê fazer o maior número de lançamentos de produtos em sua história de atuação no País. A apresentação de colheitadeiras, pulverizadores, plantadeiras e tratores para diferentes culturas vai ocorrer na Agrishow, em Ribeirão Preto (SP). A feira, a maior da indústria de máquinas agrícolas da América Latina, será no fim de abril de 2025.

Todas as máquinas terão soluções com inteligência artificial, visão computacional e tecnologia de aprendizagem de máquina. Os algoritmos são da própria John Deere. Esses equipamentos têm custo inicial mais alto, mas o produtor já percebeu que eles entregam resultado melhor, e, portanto, mais lucratividade. Depois de dois anos em queda, a receita das indústrias de máquinas e equipamentos agrícolas deverá crescer 8% em 2025, segundo projeção que a Associação Brasileia da Indústria de Máquinas (Abimaq) apresentou na semana passada. As indústrias de máquinas embarcaram na euforia de 2022, e isso foi um erro. Por isso, desde então, o setor amarga margens ruins e foi preciso fazer ajustes. O faturamento global da companhia deverá cair cerca de 10% em 2024, para US$ 55 bilhões. No ano passado, a receita cresceu 16%, para US$ 61,25 bilhões, graças, principalmente, ao bom desempenho no primeiro semestre.

Com o desaquecimento das vendas, a empresa demitiu mais de 3 mil de seus 83 mil funcionários e paralisou operações por períodos determinados tanto em 2023 quanto em 2024. No Brasil, a John Deere tem 9 mil funcionários. Agora, a produção está ajustada à demanda atual, mas as unidades fabris continuarão com capacidade instalada ociosa. A companhia tem sete unidades no Brasil. Dessas, quatro são fábricas. Com a queda dos preços de commodities como soja e milho, o produtor deverá continuar retraído em 2025, limitando seus investimentos em maquinário. As duas culturas são responsáveis por 70% das vendas totais de máquinas. Os preços não estão ruins, mas os agricultores estão com a cabeça em 2022, quando as cotações eram recorde. A valorização do dólar em relação ao Real também deverá mudar um pouco a dinâmica das vendas da John Deere e de toda a indústria.

A alta da moeda norte-americana encarece os insumos para indústrias e produtores, mas, por outro lado, melhora a rentabilidade dos produtores rurais na exportação das commodities. Um elemento que deve inibir as vendas de máquinas é a alta taxa de juros no País. Uma estratégia da empresa com potencial de ter resultados já no curto prazo é um novo modelo de negócios: nele, o cliente paga por um kit de itens essenciais para agricultura de precisão. O custo, variável, depende do nível de uso. Isso vai responder por 10% das vendas globais até 2030. O modelo de “Solution as a Service” (SaaS) oferece a conexão de equipamentos agrícolas com satélites da SpaceX e dá ao fazendeiro uma opção de pagamento que reduz seus custos iniciais. Em um cenário de demanda por equipamentos agrícolas tradicionais em queda, a novidade pode gerar fluxos de receita mais recorrentes. Fonte: Globo Rural. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.