26/Nov/2024

O Porto de Paranaguá recebeu autorização para aumentar seu calado operacional de 12,80 para 13,10 metros sem maré, medida que começará a ser implementada nas próximas semanas. O ganho de 30 centímetros representa um aumento de aproximadamente 2.100 toneladas na capacidade de carga por navio ou 150 contêineres adicionais. O calado, que é a distância entre a lâmina da água e o ponto mais profundo da embarcação, tem reflexo direto nas operações portuárias. Segundo a Portos do Paraná, com navios mais carregados, melhora a competitividade e reduz custos logísticos para toda a cadeia. A autorização é parte de um processo mais amplo de modernização do canal de acesso (via marítima que permite a entrada e saída de navios no porto). O canal terá sua primeira concessão à iniciativa privada por 25 anos.

O edital prevê investimentos de R$ 1,07 bilhão e aumento do calado para 15,5 metros nos próximos 24 meses. Comparando com dez anos atrás, quando movimentou 52 milhões de toneladas, hoje já se chega a quase 58 milhões com a mesma infraestrutura. A concessão inclui melhorias na área de fundeio (local onde os navios aguardam para atracar), além da ampliação e alargamento do canal. O aumento do calado é especialmente relevante para o Porto de Paranaguá, que enfrenta o desafio de operar com alta eficiência mesmo tendo apenas 5 quilômetros de berços, contra 20 quilômetros do Porto de Santos (SP). Cada metro adicional representa 7 mil toneladas a mais por navio. Com a concessão, haverá condições para receber embarcações maiores e gerar ganhos significativos de escala. Entre as obras em andamento no terminal, o Moegão, orçado em R$ 592 milhões, se destaca como um dos maiores projetos portuários do Brasil.

A obra está com 12% de execução, dentro do cronograma previsto, e deve ser concluída até dezembro de 2025. O Moegão centralizará a descarga ferroviária de granéis sólidos, como soja e milho, em uma única moega (equipamento usado para descarregar e armazenar produtos a granel, especialmente agrícolas). Hoje, a movimentação ferroviária no porto representa apenas 15% do total, com cerca de 550 vagões descarregados por dia. O Moegão permitirá o descarregamento simultâneo de até 180 vagões em três linhas independentes, aumentando a capacidade para 900 vagões por dia. Com isso, a participação do modal ferroviário nas operações deve saltar para 50%, reduzindo custos e desafogando o transporte rodoviário. A região leste movimenta atualmente cerca de 5 milhões de toneladas por ano. Com o Moegão em plena operação, essa capacidade sobe para 24 milhões, praticamente todo o volume que exportado pelo corredor no ano passado.

Outro destaque da expansão portuária em Paranaguá é a licitação de novas áreas para a movimentação de granéis sólidos: PAR14, PAR15 e PAR25. Essas áreas, localizadas dentro do complexo portuário, são terminais destinados ao armazenamento e embarque de produtos agrícolas como soja, milho e trigo. O PAR14 combina três áreas diferentes, permitindo uma movimentação anual de até 6,5 milhões de toneladas. O PAR15, que atualmente opera com capacidade de 2 milhões de toneladas, será ampliado para movimentar 4,3 milhões de toneladas por ano. O PAR25 também segue a mesma lógica de expansão. Esses terminais representam mais do que novas áreas. Eles são parte de um esforço integrado para atrair até R$ 1,3 bilhão em investimentos privados, modernizando o porto e fortalecendo sua posição estratégica no comércio global. O edital do PAR15 foi lançado nesta segunda-feira (25/11). Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.