26/Nov/2024
Os portos de Paranaguá e Antonina, no litoral do Paraná, devem encerrar o ano com movimentação de 66 milhões a 67 milhões de toneladas, superando o recorde histórico de 65,3 milhões de toneladas de 2023. Apesar do crescimento, o volume ficará abaixo do potencial estimado inicialmente. Se o milho viesse, romperia 70 milhões de toneladas, afirmou a Portos do Paraná, em referência à quebra de safra do cereal no Paraná e em Mato Grosso do Sul. O menor volume reduziu também o saldo exportador. Entre janeiro e outubro, os portos movimentaram 57.633.026 toneladas, alta de 8% em relação ao mesmo período do ano passado. As importações totalizaram 22.095.672 toneladas, crescimento de 22% frente às 18.161.339 toneladas de 2023. As exportações somaram 35.537.354 toneladas, avanço de 1% sobre as 35.198.778 toneladas do ano anterior.
A soja liderou as exportações, com 12.851.300 toneladas movimentadas no acumulado de 2024, um aumento de 4% em relação ao mesmo período do ano anterior. O grão segue como a principal commodity exportada pelos portos paranaenses, atendendo indústrias alimentícias, de cosméticos e plásticos. A movimentação foi positiva, mas os preços em queda ao longo do ano impactaram o apetite por exportação de estoques residuais no segundo semestre. O volume de fertilizantes importados alcançou 8.960.380 toneladas, contra 7.908.320 toneladas no mesmo período do ano passado, aumento de 13%. Os portos paranaenses consolidaram sua posição como a principal porta de entrada do insumo no Brasil, representando 24% da movimentação nacional. O Paraná é estratégico para o abastecimento da nossa hinterlândia, garantindo insumos fundamentais para a produção agrícola em regiões como Paraná, Mato Grosso do Sul e Paraguai.
Outro segmento em destaque foi a movimentação de contêineres, que registrou 1.306.395 TEUs (unidades equivalentes a contêineres de 20 pés) entre janeiro e outubro, um crescimento de 31% em relação aos 1.000.343 TEUs de 2023. As cargas refrigeradas, especialmente carnes congeladas destinadas ao Oriente Médio, lideraram o resultado. O Paraná é o principal corredor de congelados do mundo, com a maior capacidade de movimentação do País. A quebra na safra de milho no Paraná, Mato Grosso do Sul e no Paraguai impediu alcançar movimentação de 70 milhões de toneladas. O milho produzido basicamente abasteceu o mercado interno e não gerou excedente para exportação. As operações também enfrentaram desafios climáticos. Paranaguá é o porto que recebe mais chuvas no Brasil, com mais de 100 dias por ano, enquanto no Porto de Santos (SP), o segundo colocado, a média é de 75 dias. Como cerca de 85% das operações de granel vegetal param durante os períodos chuvosos, a logística foi afetada diretamente.
O porto trabalha com dois terços do ano que sobram, adaptando as operações para manter o desempenho. A adaptação às condições adversas, no entanto, permitiu que os portos do Paraná alcançassem resultados consistentes, aperfeiçoando a infraestrutura, investindo na expansão da capacidade e na administração. O resultado disso é o crescimento constante da produtividade. Atualmente, são os portos com a melhor gestão portuária do País. Para 2025, a expectativa é de retomada do crescimento com o impulso de uma safra recorde de soja e um cenário internacional favorável. As tensões comerciais entre Estados Unidos e China podem beneficiar o Brasil, aumentando o apetite chinês pela soja brasileira e melhorando os preços no mercado global. O line-up (programação de navios) no Porto de Paranaguá já indica alta demanda para o início de 2025. A conjuntura de fatos leva a crer numa melhora ainda mais forte das movimentações do que ocorreram neste ano. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.