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22/Nov/2024

Infraestrutura: Brasil não adere à Nova Rota da Seda

Os presidentes de Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, e China, Xi Jinping, assinaram ontem, em Brasília, 37 acordos, incluindo a abertura de mercado para produtos agrícolas, cooperação tecnológica e investimentos. Embora a visita de Xi tenha aproximado as maiores economias de Ásia e América Latina, ela não rendeu a adesão brasileira à Rota da Seda, o programa de investimento chinês. A China é a principal parceira comercial do Brasil, mas o governo brasileiro é cauteloso quando aderir oficialmente à Rota da Seda, para não perder autonomia geopolítica, mergulhando de cabeça em uma relação econômica com os chineses e sob o risco de alijar o segundo maior parceiro comercial do País: os Estados Unidos.

Por isso, o Brasil fala apenas em “sinergia” entre os dois modelos de desenvolvimento, brasileiro e chinês. Na prática, embora tenha recusado a entrar na Rota da Seda, o governo brasileiro deixa a porta entreaberta, selecionando os financiamentos que achar melhor. Criada em 2013, a iniciativa tem como objetivo ampliar a influência chinesa em mais de 150 países por meio de dinheiro para projetos de infraestrutura. O governo Lula estava sob pressão, sobretudo dos Estados Unidos, que mandaram recados por meio de altos funcionários enviados ao Brasil. Com a mudança de governo no país norte-americano, a expectativa é que a pressão aumente.

Os acordos firmados na quarta-feira (20/11) significaram o aval da China para a exportação de alguns produtos brasileiros: farinha de peixe, óleo de peixe e outras proteínas e gorduras derivadas de pescado para ração animal. Os chineses também permitiram a importação de sorgo, gergelim e uva fresca. O potencial comercial, segundo o Ministério da Agricultura, pode chegar a US$ 450 milhões por ano. Outro acordo assinado foi com a empresa chinesa SpaceSail, concorrente da Starlink. Os chineses estão desenvolvendo um serviço de internet de alta velocidade por meio de um sistema de satélites de órbita baixa, tecnologia vista como solução para conectar regiões de difícil acesso à infraestrutura de telecomunicações tradicional.

Outro resultado prático da visita de Xi foi um acordo assinado para que o BNDES capte R$ 4 bilhões com o Banco de Desenvolvimento da China (CDB), um contrato inédito já que tudo será feito em yuan, a moeda chinesa. Brasil e China estão entre os países que mais trabalham para reduzir a dependência do dólar para transações internacionais. A desdolarização do sistema financeiro e comercial é outro tema sensível para os Estados Unidos, que o contra a iniciativa. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.