22/Nov/2024

A fabricante de máquinas norte-americana Deere & Co. registrou lucro líquido de US$ 1,245 bilhão, ou US$ 4,55 por ação, no quarto trimestre do ano fiscal 2024. O resultado representa baixa de 47% ante o registrado em igual período do ano anterior, de US$ 2,37 bilhões, ou US$ 8,26 por ação. A receita foi de US$ 11,143 bilhões, recuo de 28% em relação ao obtido em igual intervalo do ano anterior, de US$ 15,54 bilhões. Apesar dos recuos, analistas consultados pela FactSet projetavam números menores, com lucro de US$ 3,87 por ação e receita de US$ 9,2 bilhões. As vendas líquidas no segmento de Produção e Agricultura de Precisão somaram US$ 4,305 bilhões no quarto trimestre fiscal deste ano, recuo de 38%. Na Divisão de Construção e Silvicultura, as vendas cederam 29%, para US$ 2,664 bilhões. O segmento de Equipamentos de Agricultura e Jardinagem teve baixa de 25% nas vendas, para US$ 2,306 bilhões. Após anos de altos preços de commodities e fortes vendas de equipamentos agrícolas, a demanda começou a desacelerar no ano passado.

Com isso, a Deere cortou a produção para que os equipamentos não ficassem parados nas concessionárias. Neste ano, a companhia cortou custos "agressivamente", por causa das menores vendas de equipamentos, e dispensou cerca de 15% de sua força de trabalho com remuneração por hora, além de centenas de funcionários assalariados. Diante de desafios de mercado significativos este ano, a empresa ajustou proativamente as operações para melhor alinhar ao ambiente atual. Juntamente com as melhorias estruturais realizadas nos últimos anos, esses ajustes permitem atender aos clientes de forma mais eficaz e alcançar resultados sólidos ao longo do ciclo de negócios. Para o ano fiscal de 2025, a companhia espera que o lucro líquido fique em uma faixa de US$ 5 bilhões e US$ 5,5 bilhões. Analistas esperavam US$ 5,8 bilhões. A Deere estimou recuo de cerca de 15% nas vendas no segmento de Produção e Agricultura de Precisão e de 10% em Equipamentos de Agricultura e Jardinagem. Já para Construção e Silvicultura a perda nas vendas é esperada para entre 10% e 15%.

A Deere afirmou que está em uma posição sólida para enfrentar possíveis tarifas sob o governo de Donald Trump, já que a companhia exporta mais equipamentos agrícolas e de paisagismo dos Estados Unidos do que importa de outros países. Trump prometeu impor amplas tarifas sobre itens importados para incentivar empresas a fabricar mais produtos nos Estados Unidos. A Deere atraiu a ira de Donald Trump durante a campanha eleitoral deste ano, após a empresa, com sede em Illinois, ter anunciado em junho que transferiria a produção de alguns modelos de pás carregadeiras pequenas e médias de Dubuque, Iowa, para uma fábrica no México. Em 2022, a Deere decidiu transferir de Waterloo, Iowa, para o México a produção de cabines para tratores agrícolas grandes, para abrir espaço para a produção de um novo modelo de trator na fábrica de Waterloo. Trump ameaçou aplicar uma tarifa de 200% sobre os equipamentos da Deere vindos do México caso fosse eleito presidente. Mais de 75% dos produtos que a empresa vende nos Estados Unidos são montados no país, em 60 fábricas com 30 mil funcionários espalhados por 16 Estados. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.