18/Nov/2024
Em um cenário de crise no agronegócio brasileiro, marcado por uma onda de pedidos de recuperação judicial de produtores e empresas do setor, a Boa Safra, líder na produção de sementes de soja, decidiu apertar os critérios para concessão de crédito e limitar as vendas para grandes revendas. A empresa foi cautelosa e diligente na concessão de crédito esse ano e decidiu diminuir a concentração com grandes contas, porque algumas dessas empresas não conseguiram dar todas as garantias exigidas. Então, a opção foi não vender para elas.
Dos R$ 450 milhões emprestados pela Boa Safra aos seus clientes em 2023, R$ 8 milhões não foram pagos no prazo, o que representa uma taxa de inadimplência de 1,7%. É um número alto, porque historicamente o índice é próximo de zero, mas ainda assim está abaixo da média do setor, que deve ficar entre 2% e 3% neste ano. Mesmo com uma postura mais restritiva, a Boa Safra não teve nenhuma perda relevante com os casos de recuperação judicial de clientes até o momento. Das grandes revendas que entraram com pedido de RJ, a Boa Safra não tinha nada a receber, porque já havia restringido as vendas para elas.
A estratégia mais conservadora na concessão de crédito, somada aos impactos climáticos que prejudicaram a safra de soja 2023/2024, tiveram um efeito negativo sobre os resultados financeiros da Boa Safra no terceiro trimestre. A empresa poderia ter entregado um bom resultado no trimestre, mas ficaria exposta a um possível problema de inadimplência mais adiante. A empresa pode até ter sido cautelosa demais na avaliação de crédito, mas o momento pede cautela. Os critérios mais rígidos para grandes revendas não significam que a companhia parou de vender ou de conceder crédito como um todo. Mas, decidiu sair da concentração com grandes contas. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.