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18/Nov/2024

Gargalos logísticos no escoamento do complexo soja

A Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) tem enfrentado gargalos logísticos para escoar a soja e seus derivados, mais nas ferrovias do que nos portos. A produção de soja está crescendo e o investimento em ferrovias está aquém do necessário. Além disso, há enorme dificuldade de concretizar o projeto de novas ferrovias. Especificamente no complexo soja, o modal logístico que está mais sobrecarregado, de fato, é o ferroviário. Este é um ponto de preocupação. Em relação às hidrovias, há a questão do risco climático, que baixa o nível dos rios, como ocorreu nos últimos anos principalmente nas hidrovias da Região Norte do País.

Há "boas ideias" do governo federal em fazer concessões de hidrovias no Arco Norte, como no Rio Madeira, para dragagem, o que aprofundaria o leito do curso d'água. Neste ano e no ano passado, com a falta de chuvas, o nível do Rio Madeira caiu a ponto de prejudicar a navegação. Está acontecendo isso praticamente todo ano e é outro ponto de atenção para o complexo soja. Quanto aos portos, para o setor de soja, o gargalo logístico, quando há, depende do corredor. Nos portos de Santos (SP) e Paranaguá (PR) é possível identificar gargalos. Mas, mais do que a capacidade de embarque, há dificuldade de acesso a esses terminais.

Igualmente, para o Arco Norte, embora tenha havido investimentos no aumento da capacidade, o gargalo continua sendo o acesso, pela rodovia BR-163, e a falta de uma ferrovia para levar grãos para lá, a partir de Mato Grosso. Sob este aspecto, pode-se citar a Ferrogrão, cujo projeto ainda não saiu do papel e depende de análise no Supremo Tribunal Federal (STF). A Ferrogrão correria paralela à BR-163, contribuindo para desafogar o tráfego de caminhões nessa rodovia. Por outro lado, há investimentos que ainda têm que ser feitos na BR-163 e estão atrasados. Até a própria concessionária está pedindo um reequilíbrio do contrato. Para o futuro, o que preocupa especificamente sobre os portos é que a produção brasileira de grãos tem crescido.

Deverá haver um crescimento relevante já nesta safra (2024/2025) e a falta de investimento em terminais portuários pode virar um gargalo maior, inclusive no Arco Norte. Há empresas que não têm terminais portuários no Arco Norte; há a necessidade de compra de terrenos, e muitas situações a serem resolvidas nessa região. De todo modo, além dos investimentos nos portos e de eventuais gargalos de exportação, a dificuldade também é a falta de conexão entre os vários pontos de escoamento da safra. Se por exemplo está difícil no Porto de Paranaguá (PR), a produção de soja de Mato Grosso pode ir para o Arco Norte, ou vice-versa. Mas, esses corretores não estão conectados. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.