06/Nov/2024
O mercado global de bioinsumos – incluindo os produtos comerciais de controle, inoculantes, bioestimulantes e solubilizadores – representou entre US$ 13 e 15 bilhões em 2023, segundo a Croplife Brasil, em relatório publicado em junho de 2024 (“Bioinsumos no Brasil”). Esses dados são referentes à atual safra 2023/2024. Isso representa avanço de 15% frente ao ano anterior, e a perspectiva é de um crescimento global de 13 a 14% ao ano até 2032, podendo alcançar faturamento de US$ 45 bilhões. O Brasil é um dos maiores players mundiais do mercado de bioinsumos. Os produtos biológicos agrícolas movimentaram R$ 5 bilhões em 2023 no País, crescendo a uma taxa média anual de 21% nos últimos três anos, percentual quatro vezes maior do que o mundial para o período.
De acordo com um estudo da S&P Global, o mercado de bioinsumos nacional pode movimentar R$ 17 bilhões até 2030, demonstrando que as perspectivas são de avanço constante para o setor. Dados do Ministério da Agricultura apontam que, em 2023, cerca de 50 milhões de hectares no Brasil foram cultivados utilizando algum tipo de bioinsumo, sendo os biodefensivos e biofertilizantes os mais empregados. E, por isso, o registro desses produtos “bio” no Mapa aumentaram nos últimos anos. Enquanto apenas quatro produtos foram aprovados em 2010, o número de registros passou para 34 em 2023, com destaque para 2022, quando atingiu 136. A pesquisa da Blink/Croplife Brasil também aponta que a taxa de adoção do uso de bioinsumos foi de 23% da área total da temporada 2023/2024 (a taxa é calculada tendo-se como a área tratada com bioinsumos em relação à total plantada).
Cada cultura tem um segmento de maior destaque. Os bionematicidas são mais utilizados nas culturas de algodão e soja; os bioinseticidas, nas de cana-de-açúcar e milho; os biofungicidas, nas de soja e milho; e os bionematicidas e os biofungicidas, nos de hortifrútis. Mesmo apresentando menor área cultivada em relação às grandes commodities agrícolas, os hortifrútis estão entre as 10 culturas que mais utilizam os bioinsumos. Na safra 2023/2024, a representação de cada cultura sobre o total de bioinsumos utilizados no Brasil foi: soja, com 55%; milho, com 27%; cana-de--açúcar, com 12%; algodão, café, citros e hortifrúti, com 6%, O uso de bioinsumos no Brasil tem avançado ano a ano.
Este segmento movimentou US$ 827 milhões na safra 2022/2023, alta de 52% frente ao ciclo anterior (US$ 547 milhões). A grande taxa de crescimento do Brasil se deve às próprias características internas. O clima permite ao agricultor conduzir até três safras durante o ano, diferentemente de outros países, em que a safra única predomina. Esta dinâmica traz junto a si desafios adicionais ao produto brasileiro no controle de pragas e doenças, exigindo um manejo mais robusto, consorciado e a utilização de ferramentas químicas e biológicas, dentre outras práticas. Os biodefensivos são os mais utilizados no Brasil, representando 57% dos bioinsumos, e a previsão é de que o produto siga na liderança nos próximos anos. Na safra 2022/2023, os biodefensivos atingiram 33% da área plantada de soja no Brasil (11,2 milhões de hectares), além de cobrir 50% da cana-de-açúcar (4,6 milhões de hectares) e 40% do milho safrinha (6,6 milhões de hectares).
Chegaram, ainda, a 899 mil hectares de milho de verão e a 1,046 milhão de hectares de algodão, números correspondentes a 20% e a 66%, respectivamente, destes cultivos De acordo com estudo da FarmTrack/Kynetec, considerando-se o mercado de produtos biológicos na safra 2021/2022, os bionematicidas lideraram a comercialização, com a participação de 39,6% (R$ 1,152 bilhão) frente ao total; os bioinseticidas estiveram em segundo, com 30,7% (R$ 890 milhões); os bioinoculantes, com 19,2% das vendas (R$ 557 milhões); e biofungicidas, com 10,5% (R$ 306 milhões). Fontes: CropLife, Kynetec e Cogo Inteligência em Agronegócio.