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05/Nov/2024

Irrigação: IA mede o estresse hídrico das plantas

A escassez de água, agravada em várias regiões por causa da crise climática, tem provocado uma verdadeira corrida por inovação em busca de maior sustentabilidade no uso de recursos hídricos. Neste cenário, cientistas brasileiros têm se destacado. Por meio de uma parceria entre a Embrapa Agroindústria Tropical, a Universidade Federal do Ceará (UFC), o Laboratório de Inovação Tecnológica e Experimentação Científica Instituto Atlântico (Litec) e a empresa 3V3 Tecnologia, pesquisadores criaram um sensor que utiliza inteligência artificial para medir o estresse hídrico das plantas e, assim, otimizar a irrigação. Com o equipamento, ainda um protótipo, é possível economizar, em média, 30% de água nas plantações. A tecnologia utiliza como base o balanço de energia das folhas e pode contribuir para a tomada de decisão mais precisa e assertiva no manejo da irrigação.

Embora os efeitos da deficiência de água sobre o balanço energético dos tecidos das folhas sejam conhecidos, o uso de IA para a identificação de padrões e para o controle de irrigação é inédito. O sistema desenvolvido consiste em três dispositivos principais: um sensor de temperatura das folhas, um psicrômetro aspirado e um piranômetro. O sensor de temperatura das folhas utiliza termistores encapsulados em vidro, que são fixados na superfície das folhas e conectados a um sistema de coleta de dados. Com os dados de temperatura, umidade do ar e radiação solar, o sistema avalia e determina as necessidades hídricas das plantas. Quando é identificada a necessidade de irrigação, o sistema aciona automaticamente os dispositivos.

Sempre inquietou o fato de as estimativas das quantidades de água a serem aplicadas na irrigação terem como base balanços hídricos (modelos matemáticos relativamente precisos) ou os valores de déficit hídrico do solo medidos por sensores de umidade, com alcance extremamente local (raio de 20 cm) e colocados em um ou poucos locais dentro de hectares de plantação (1 a 3, talvez). O método se baseia em uma reação característica das folhas das plantas de modificarem o seu balanço de calor quando mais ou menos hidratadas. Grosso modo: as folhas de plantas bem hidratadas sempre são mais frias que o ar circundante, enquanto as deficientes tendem a ser mais quentes. O modelo baseia-se nesse efeito. Durante o 44º Congresso da Sociedade Brasileira de Computação, o estudo foi apresentado no Workshop de Computação Aplicada à Gestão do Meio Ambiente e Recursos Naturais. E ganhou o prêmio na categoria Best Paper. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.