17/Oct/2024
Após o sucesso com a oferta de três Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRAs) desde 2020, um deles com cinco mil investidores interessados, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) criou uma plataforma própria de investimento visando alcançar um público ainda maior. A intenção é levantar R$ 8 milhões em 12 meses para financiar cooperativas formadas por assentados da reforma agrária. Segundo o Financiamento Popular para Produção de Alimentos Saudáveis (Finapop), a ideia é complementar os instrumentos de financiamento que já são adotados, por isso não se descarta fazer novas emissões de CRA. A principal motivação para criação da plataforma foi a simplicidade e o menor custo da operação.
Hoje, a taxa média de juros cobrada dos produtores é de 7,5% ao ano, a depender da linha de financiamento contratada. Para montar uma estrutura de CRA é preciso envolver mais sete ou oito empresas. Desde o agente fiduciário, advogados, entre outros. É uma estrutura cara para se manter, o que limita as cooperativas que vão poder acessar o crédito. Desde 2020, quando foi criada, a instituição financeira já viabilizou a captação de R$ 70,2 milhões destinados a 109 financiamentos distribuídos entre 61 cooperativas do movimento. Desse total, R$ 22 milhões foram captados por meio de CRA e o restante em operações diretas com investidores semelhantes às que serão disponibilizadas na plataforma. Com a simplificação, a expectativa é universalizar o acesso ao mercado financeiro a todas as 200 cooperativas da reforma agrária.
Desde o lançamento do primeiro CRA, em 2020, muitas pessoas demonstram interesse em investir nas cooperativas do MST. Quando eram pessoas que queriam fazer aporte de R$ 200,00 ou R$ 300,00 não havia muito o que fazer. Mas, depois, chegaram fundações e investidores em volumes maiores. A Finapop, então, estruturou a plataforma aberta para o público com menor capacidade de investimento. Com aportes mínimos de R$ 100,00 os títulos da dívida oferecerão um retorno pré-fixado de 11% ao ano. A conta é a de oferecer uma remuneração um pouco acima da poupança. A ideia não é ser competitivo no mercado porque é outro perfil de investidor, que busca um retorno de propósito. Fonte: Globo Rural. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.