02/Oct/2024
Apesar das incertezas no campo, pelos desafios climáticos e pela queda das commodities, a Mosaic Fertilizantes espera encerrar o ano com vendas no Brasil estáveis ou com incremento de até 3% em volume, em comparação com 2023, diante das perspectivas de aumento de área plantada na safra 2024/2025. A demanda por fertilizantes para a safra 2024/2025 está, em linhas gerais, em sintonia com os volumes do ano passado. A expectativa para as vendas deste ano é repetir o volume ou até subir de 2% a 3%, em comparação com o ano passado. No caso da 2ª safra de milho de 2025, observa-se um atraso de cerca de 10% em relação à média histórica, o que pode trazer desafios logísticos, como o acúmulo de recebimento de fertilizantes em um curto período, especialmente no fim do ano. Em relação à safra de soja, a maior parte da venda de adubos foi feita em momento apropriado em termos de relação de troca.
No dia 16 de setembro, a Mosaic Company anunciou a redução na produção e nos embarques de potássio e fosfato da América do Norte, no terceiro trimestre, em função de questões operacionais e de impactos do clima adverso. A companhia busca alternativas para atender às necessidades dos clientes brasileiros, enquanto continua investindo em suas operações para aumentar a eficiência operacional e a produtividade. A multinacional atribuiu a diminuição da produção de potássio a falhas em equipamentos elétricos que impactaram operações nas minas Esterhazy e Colonsay. Por isso, haverá redução de 200 mil a 300 mil toneladas na produção do insumo. No caso do fosfato, eventos climáticos reduziram em 80 mil a 110 mil toneladas. No Brasil, a expectativa é de aumento na produção em linha com a melhora na eficiência das plantas produtivas. Desde 2023, a Mosaic investe R$ 400 milhões na instalação de uma unidade de mistura em Palmirante (TO).
A expectativa é que a unidade seja inaugurada em 2025, com produção de 500 mil toneladas no primeiro ano, chegando a 1 milhão de toneladas por ano em 2028. Com a nova planta, a empresa vai estender o atendimento para a região do Vale do Araguaia (MT) e o norte de Goiás, além de fortalecer a presença na região do Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia). Levando em consideração o crescimento da região, a estimativa é que volume de entregas de fertilizantes atinja a marca de 9,3 milhões de toneladas entre 2025 e 2032. A unidade está sendo construída dentro da área do Terminal Integrado de Palmeirante, administrado pela VLI Moltimodal, em parceria com a Companhia Operadora Portuária do Itaqui (Copi), e vai integrar a ferrovia com o Porto de Itaqui, em São Luís (MA). Com a mudança logística, a empresa vai tirar de circulação pelo menos 27 mil caminhões por ano no transporte de matéria-prima importada, tornando a operação mais sustentável.
A área administrativa também vai ser abastecida por painéis solares. No ano passado, a Mosaic também investiu R$ 800 milhões para ampliar o beneficiamento de potássio em 50% no complexo de Taquari-Vassouras, Em Rosário do Catete (SE), para 450 mil toneladas por ano. Também estreou em março no mercado de insumos biológicos no Brasil com a divisão Biosciences, voltada à área de bionutrição (inoculantes, biofertilizantes, bioestimulantes). A meta é atingir um faturamento de US$ 100 milhões com a divisão em 2030. A gigante de insumos não divulga dados de faturamento no Brasil, mas números globais das operações mostram queda nas vendas no acumulado dos meses de julho e agosto de 2024. No dia 26 de setembro, a empresa informou que a comercialização de fertilizantes nos dois meses teve uma queda de 8,18% nos volumes na comparação interanual, para 1,85 milhão de toneladas. O recuo no faturamento foi maior, de 22,9%, para US$ 886 milhões. Em 2023, a receita nos meses de julho e agosto havia sido de US$ 1,15 bilhão. Fonte: Globo Rural. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.