ANÁLISES

AGRO


SOJA


MILHO


ARROZ


ALGODÃO


TRIGO


FEIJÃO


CANA


CAFÉ


CARNES


FLV


INSUMOS

02/Oct/2024

Fertilizantes: Potássio do Brasil inicia obras no AM

A Potássio do Brasil, que pertence à Brazil Potash, deu início às obras para instalação de uma planta de beneficiamento de potássio em Autazes (AM), a 120 quilômetros de Manaus (AM), enquanto sua controladora prepara-se para fazer uma oferta pública de ações (IPO) na Bolsa de Nova York. O projeto foi liberado pelos órgãos ambientais e possui 21 licenças e autorizações, com 333 condicionantes ligadas a questões socioambientais, que serão cumpridas pela companhia. A mineração será implementada próxima ao Povo Indígena Mura de Autazes. Por conta disso, a empresa apoiará a implementação de um plano Bem Viver Mura, desenhado pelas aldeias representadas pelo Conselho Indígena Mura (CIM). Recentemente, o Povo Mura Autazes, que reúne 36 aldeias associadas ao CIM, fez uma consulta livre prévia, na qual o projeto de mineração foi aprovado com mais de 90% dos votos dos presentes. Participaram 94% das aldeias associadas ao CIM. O projeto foi licenciado totalmente e algumas obras já iniciaram.

Já foram definidas as empresas que cuidarão da parte de arqueologia e de remoção da fauna silvestre, mas os nomes ainda são mantidos em sigilo. A Potássio do Brasil começou a seleção das empresas que farão a terraplenagem e a supressão vegetal em parte da área do complexo industrial, que será instalado em uma antiga fazenda de gado. Há poucas áreas com necessidade de supressão vegetal e não haverá desmatamento. A expectativa da empresa é gerar 2,6 mil empregos diretos na fase de construção e 1,3 mil na fase operacional. As obras começam no momento em que a controladora Brazil Potash prepara seu IPO no mercado norte-americano. A empresa pretende usar parte dos recursos da oferta inicial de ações para financiar o empreendimento. A controladora não divulgou quanto pretende captar com a oferta. O projeto em Autazes é estimado em US$ 2,5 bilhões e inclui um acordo de US$ 2,5 milhões com indígenas da comunidade Mura para reduzir os impactos na região. A companhia começou em setembro uma série de apresentações do projeto para potenciais investidores.

A Potássio do Brasil já gastou US$ 230 milhões em compras de terras, estudos de viabilidade técnica e econômica e outros custos. A reserva, segundo estudos, tem potencial de produção de mais de 170 milhões de toneladas de cloreto de potássio. A área de extração será de cerca de 13 quilômetros de comprimento por 10 quilômetros de largura. A espessura média lavrável é de 2,5 metros. A mina é subterrânea. A projeção é que a mina beneficiará 8 milhões de toneladas de minérios por ano, com produção de 2,2 milhões de toneladas de cloreto de potássio por ano a partir de 2029. Esse volume será suficiente para atender 20% da demanda brasileira do fertilizante. Atualmente, 98% do potássio usado como fertilizante é importado. De janeiro a agosto, segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), a importação de cloreto de potássio somou 27,18 milhões de toneladas, alta de 9,9% em relação ao mesmo período de 2023. O governo defende a redução da dependência internacional, mas com produção seja sustentável. Fonte: Globo Rural. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.