30/Sep/2024
O pedido de recuperação judicial da AgroGalaxy, uma das maiores empresas de insumos agrícolas da América Latina, deixou produtores rurais receosos, segundo o presidente da Associação de Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT), Lucas Costa Beber. Beber ressaltou que o cenário atual é "preocupante" e reforçou a necessidade de garantir aos produtores os mesmos direitos de usar a alternativa em caso de dificuldades. "Fomos muito criticados por defender a recuperação judicial para produtores rurais nos últimos anos. No entanto, quando uma grande empresa como essa entra em recuperação, isso reforça a necessidade desse direito para os agricultores. Sempre defendemos a igualdade de tratamento", destacou.
Para Beber, se a empresa fornecedora ou compradora tem o direito de entrar em recuperação judicial, "ao produtor também cabe esse direito". O presidente da entidade observou que muitos produtores de Mato Grosso adquiriram insumos à vista ou buscaram financiamento nos bancos, além de terem recorrido a operações de barter. Agora, com o pedido de recuperação judicial da AgroGalaxy, estão "descobertos", sem garantia de receber os produtos a tempo do plantio da 2ª safra. "Isso gera uma reação em cadeia muito grande", afirmou o presidente da Aprosoja-MT, enfatizando a urgência da situação.
Ele recomendou que os produtores busquem assistência jurídica em caso de atrasos na entrega de insumos. "A única coisa que nós podemos falar como entidade é que, sempre que o produtor tiver, de qualquer empresa, atraso na entrega de algum insumo, deve correr atrás de um advogado, notificar extrajudicialmente e, se necessário, judicialmente, sempre bem orientado por um advogado para não correr riscos", aconselhou. Beber também mencionou a tentativa de culpar os produtores rurais pelo encarecimento do crédito devido aos pedidos de recuperação judicial.
"Tentava-se colocar a culpa do encarecimento do crédito nos produtores rurais pelos pedidos de recuperação judicial, mas a grande maioria não pratica isso", disse. Para o presidente da Aprosoja-MT, a decisão de recorrer à recuperação judicial, tanto por parte das empresas quanto dos produtores, precisa ser tratada de forma justa e equilibrada. "Enquanto as empresas que fazem parte das relações comerciais para os produtores tiverem o direito, nós também vamos defender esse direito aos produtores", concluiu. Fonte: Broadcast Agro.