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17/Sep/2024

Portos: Vila do Conde fará adaptações pela seca

A Santos Brasil ampliou em 30% a capacidade do terminal de contêineres de Vila do Conde (Pará). O objetivo é minimizar os impactos da seca que afeta a Região Norte. O porto é considerado uma alternativa de transbordo, já que navios de maior porte têm tido dificuldade para chegar até Manaus (AM) por causa do baixo volume de água. A seca deve impedir, integralmente, a atracação de navios no porto da capital amazonense a partir desta semana. A previsão da Associação Brasileira de Armadores de Cabotagem (Abac). Uma das alternativas para minimizar este impacto é o escoamento das cargas até o Porto de Vila do Conde. O terminal funciona como ponto de parada de navios de cabotagem e longo curso que não podem seguir até Manaus e precisam fazer transbordo de contêineres em embarcações menores. O conteúdo é descarregado em barcaças (embarcação com fundo chato), que têm pouca restrição de navegação. A mesma operação pode ser feita no caminho de volta.

Para comportar esta movimentação, a Santos Brasil deslocou a área tradicionalmente utilizada para abrigar e fazer a manutenção de contêineres vazios para uma área externa, de 22 mil m², abrindo espaço para receber maior número de contêineres. Com isso, o terminal, que tem capacidade de movimentar 8,5 mil TEUs mensais, poderá operar com qualidade cerca de 11 mil TEUs mensais, 30% a mais. Além da área, foram contratados mais pessoas e equipamentos como parte do robusto plano de investimento que a Santos Brasil tem na Vila do Conde. O Tecon Vila do Conde é um terminal fluvial de contêineres e de carga geral e de projetos. A movimentação é impulsionada pelo agronegócio e mineração na exportação e por equipamentos e máquinas na importação. Entre 2018 e 2023, a Santos Brasil investiu R$ 189 milhões em valores corrigidos e deve aportar R$ 100 milhões ao longo de 2024. As adaptações para o período de seca foram feitas após a alta demanda vista na mesma época do ano passado.

Entre setembro de 2023 e janeiro de 2024, o terminal movimentou 65 mil TEUs, aumento de 110% frente ao mesmo intervalo de 2022. Deste total, 28 mil TEUs foram de transbordo de carga de/para Manaus em função das condições climáticas. Se por um lado a falta de chuva exigiu alterações na operação no Norte, o excesso de água motivou adaptações na operação na Região Sul da companhia. Recentemente, o fluxo pluvial muito forte dificultou a entrada de navios no Porto de Itajaí (Santa Catarina). Com isso, a Santos Brasil precisou ampliar as operações no terminal de Imbituba, no mesmo Estado, para absorver a maior movimentação. A empresa também está fazendo investimentos no porto de Santa Catarina para caso a situação se repita. Segundo a Abac, empresas de cabotagem estão em negociação para utilizar o terminal do Pará como alternativa. Contudo, o tempo de viagem do terminal até Manaus chega a 10 dias de balsa. Além disso, há problemas burocráticos envolvendo impostos e documentações.

Diferentes entidades têm trabalhado para viabilizar o uso de Vila de Conde como transbordo. Entre elas, o Ministério de Portos e Aeroportos e a Receita Federal. Todos precisam estar alinhados para que essas operações ocorram da melhor maneira possível e Manaus não fique desassistido. A Santos Brasil vai competir com uma outra opção: um píer flutuante, instalado na região do município de Itacoatiara, que começou a operar no dia 9 de setembro. A operação consiste em transferir a carga dos navios para o terminal provisório e, na sequência, para balsas. As embarcações de menor porte precisam de menos profundidade para navegar. Com isso, conseguem finalizar a viagem até o Porto de Manaus, diferente dos grandes navios. Contudo, são opções complementares, porque nenhuma sozinha é suficiente para atender todo o fluxo de Manaus A decisão, no final do dia, será do cliente de acordo com a infraestrutura e preços ofertados. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.