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12/Sep/2024

Fertilizantes: demanda global seguirá enfraquecida

O Rabobank prevê que os próximos meses deverão ser de menor demanda global por fertilizantes, com o índice de poder de compra calculado pelo banco, o affordability index, negativo. O índice mostra o quanto o preço de uma cesta de fertilizantes está se comportando em relação a uma cesta de commodities e varia de -1.0 a 1.0. Quanto mais próximo de -1.0, menor o poder de compra dos produtores e, quanto mais próximo de 1.0, melhor. Além do número global, também é calculado o affordability index para as principais regiões produtoras e por nutrientes. O índice está em território positivo desde meados de 2023, recuperando-se de uma das piores fases devido ao impacto da guerra na Ucrânia sobre os preços dos fertilizantes. Apesar da expectativa de que este ciclo termine no primeiro trimestre de 2025, o número já demonstra redução; em julho, chegou a 0,03, abaixo da aferição anterior de 0,07 em maio.

A queda pode ser justificada pelo aumento de preço dos fertilizantes fosfatados, alinhada à baixa da cotação das commodities. No Brasil, o número apontado é de 0,01, na China de 0,03, na Europa de 0,06 e nos Estados Unidos de -0,01. Para o nitrogênio, a tendência global e brasileira de preços é neutra, enquanto o affordability index indicado é de -0,02 em nível global e de -0,04 para o Brasil. O mercado de ureia ainda procura uma direção para os preços no curto prazo, o que pode levar a reações exageradas nos preços, tanto para cima quanto para baixo. A expectativa é de volatilidade, um padrão comum no mercado de nitrogênio. Entre os fatores, estão incertezas em relação à produção do Egito e à demanda da Índia, sinais de baixa demanda e preços do gás natural. Para os fosfatados, o Rabobank enxerga uma mudança na dinâmica do mercado, levando a uma oferta restrita. Com isso, a tendência de preços é de altas acima da média histórica.

A falta de estratégias claras dos três maiores exportadores (China, Estados Unidos e Marrocos) desempenha um papel importante nessa situação de oferta restrita, levando em consideração redução nas exportações. A instituição financeira classificou a tendência de preços como neutra, mas o affordability index em -0,19 em nível global, enquanto para o Brasil é de -0,23. No caso do potássio, o índice de preços é de queda e o affordability index de 0,23 - para o Brasil, é de 0,25. O excesso de oferta, apesar da demanda relativamente aquecida, empurra os preços para baixo para atrair compradores e, na maior parte das regiões, estão abaixo da média histórica. Notícias de que a China e a Índia estão reduzindo seu preço de compra fez com que outros países, incluindo o Brasil, também diminuíssem as cotações. O País já negociou volumes abaixo dos US$ 300,00 por tonelada e nos primeiros seis meses do ano adquiriu cerca de 6,9 milhões de toneladas de potássio, 1,6 milhão de toneladas a mais do que a média de cinco anos.

No entanto, é improvável que os volumes continuem tão altos, com demanda e aumento da área plantada não correspondente a eles. O Rabobank prevê uma recuperação lenta na demanda por nitrogênio em 2024, que deve ganhar tração em 2025 e 2026 com o aumento no preço das commodities, enquanto para os fosfatados a expectativa é de um crescimento limitado na demanda em 2026. As perspectivas para o potássio são mais positivas para 2024, ainda que a demanda deva ter uma queda em 2025, com a menor acessibilidade impulsionada pelas cotações das commodities, e uma recuperação marginal em 2026. Para o Brasil, a expectativa é de importação de 45,5 milhões de toneladas de entregas aos usuários finais em 2024, 1 milhão de toneladas a menos do que a estimativa inicial de 46,5 milhões. Para a temporada de soja 2024/2025, os custos devem ser 7% menores do que em 2023/24, queda que não é maior devido aos aumentos nos fosfatados. Os custos com potássio diminuíram 27% na comparação anual, enquanto do MAP aumentaram 6%. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.