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12/Sep/2024

Porto de Manaus: seca impedirá atracação de navios

Segundo a Associação Brasileira de Armadores de Cabotagem (Abac), a seca que atinge a Região Norte do Brasil deve impedir, integralmente, a atracação de navios no Porto de Manaus (AM) a partir da próxima semana. Existem alternativas para garantir que as mercadorias cheguem à capital do Estado. Contudo, devem acarretar aumento de custos para as empresas e de preços para o consumidor final. Uma das principais estratégias é a utilização de um píer flutuante, instalado na região do município de Itacoatiara, que começou a operar na segunda-feira (09/09). A operação consiste em transferir a carga dos navios para o terminal provisório e, na sequência, para balsas. As embarcações de menor porte precisam de menos profundidade para navegar.

Com isso, conseguem finalizar a viagem até o Porto de Manaus, diferente dos grandes navios. Outra possibilidade é o escoamento das cargas até o Porto de Vila do Conde (PA). O terminal também funciona como ponto de parada de navios de cabotagem e longo curso que não podem seguir até Manaus e precisam fazer transbordo de contêineres em embarcações menores. O conteúdo é descarregado em barcaças (embarcação com fundo chato), que têm pouca restrição de navegação. A mesma operação pode ser feita no caminho de volta. A estimativa é que, em poucos dias, estas sejam as únicas alternativas para conseguir desembarcar e embarcar produtos no terminal amazonense. A previsão é de que, na próxima semana, já não será possível passar até Manaus, porque não vai ter água suficiente.

A complexidade logística se reflete em maiores despesas e, consequentemente, aumento de preços para o consumidor final. As empresas de cabotagem estão em negociação para utilizar a Vila do Conde como alternativa. Contudo, o tempo de viagem do terminal até Manaus chega a 10 dias de balsa. Além disso, há problemas burocráticos envolvendo impostos e documentações, que também dificultam a utilização do porto paraense. A antecipação de embarques foi estimulada pela associação para mitigar os efeitos da estiagem. Houve um aumento de cerca de 10% no primeiro semestre deste ano no Porto de Manaus. Isto é possível porque os produtos despachados são, principalmente, os produzidos na Zona Franca de Manaus. Mas, esta estratégia não se aplica aos desembarques, já que as cargas que chegam são, em grande, perecíveis, com destaque para alimentos.

Apesar dos esforços, a previsão é de congestionamentos, como visto na seca do ano passado, pois não há infraestrutura adequada. Todas essas medidas são mitigadoras, não são soluções. Atualmente, o nível do rio está dois metros abaixo do patamar visto no mesmo período de 2023. A solução definitiva seria a dragagem do Rio Manaus, demanda histórica do setor. A operação consiste na "escavação" do fundo do rio para aumentar a profundidade e facilitar a navegação. Na semana passada, o Governo Federal anunciou a empresa vencedora da licitação para iniciar a dragagem do Rio Amazonas no trecho de 200 quilômetros entre Manaus e Itacoatiara. Apesar da extensão, a dragagem é feita apenas em pontos específicos, chamados de passos críticos. O investimento total será de R$ 92,8 milhões. Contudo, o esforço deveria ter sido feito antes, pois a seca já era esperada.

A previsão é que o processo de dragagem leve cerca de um mês, terminando no final de outubro, quando já é período de chuva na região. Enquanto isso, a desburocratização é uma forma de facilitar as outras alternativas de escoamento. A expectativa é que, com a contratação da empresa responsável, o cenário melhore daqui para frente, considerando que o contrato é de cinco anos. A dragagem precisa ser realizada antecipadamente, no momento correto, para que no período da seca, seja possível efetivar a operação, sem restrições. O ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, afirmou que o objetivo é recuperar permanentemente a capacidade de navegação. "Estamos empenhados em garantir a navegabilidade dos rios durante todo o ano, pois eles são essenciais para o transporte de pessoas, bens de primeira necessidade e o escoamento de mercadorias. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.