06/Sep/2024
Segundo a Coface global, especializado em Metais & Siderurgia, mesmo que a maior demanda pela transição energética seja vista como um possível impulsionador para a China, ela também é um desafio para o setor de metais e o seu desenvolvimento futuro. O cenário é de que a demanda pela transição crescerá bastante. O cobre é altamente sensível nesse cenário, e o transporte rodoviário será fator determinante na descarbonização do transporte. Vale lembrar que o armazenamento de energia será a próxima barreira para o setor. O cobre deve ser uma das commodities que mais afetadas, com o transporte rodoviário desempenhando um papel crucial na redução das emissões de carbono.
Além disso, o armazenamento de energia é um obstáculo emergente. Um estudo recente da Coface identifica desafios na mineração e no fornecimento, incluindo a qualidade decrescente dos minérios, o esgotamento das minas, incertezas políticas e questões ambientais e sociais como pontos de alerta para o setor. É necessário também considerar o aperto das taxas de juros em vários países como um ponto de alerta para o setor, já que este cenário cria dificuldades para o investimento em mineração e inibem a diversificação e/ou a consolidação. Além disso, deve-se levar em conta as tensões comerciais entre Estados Unidos e China, que acontecem em um cenário em que a cadeia de fornecimento é componente vital da estratégia industrial.
Desde os anos 2010, os metais têm convivido com restrições comerciais entre os dois países, que adotam políticas de tarifas no comércio de metais. Segundo a Coface América Latina, o Brasil é atualmente o terceiro maior produtor de lítio em larga escala da América Latina, atrás apenas de Chile e da Argentina. O Chile hoje lidera este mercado na região com 44 mil toneladas de produção, seguido pela Argentina e pelo Brasil, com este último produzindo 4.900 toneladas métricas. Este tem sido um mercado que vem ganhando a atenção dos empresários no Brasil, tanto que a produção cresceu 86% nos últimos anos, representando 4% da produção mundial, enquanto a Argentina viu um aumento de 46% em sua produção, correspondendo a 5% do total global.
O Chile teve um aumento de 28% em sua produção nos últimos anos, o equivalente a 24% da produção mundial. O Chile é o principal exportador de lítio do mundo, com 42% das exportações em 2022, enquanto a América Latina viu um aumento de 42% em seu papel no mercado. A China importa 75% do lítio da região. A América Latina como um todo, rica em cobre e lítio, pode aproveitar essa tendência nos próximos anos, embora ainda necessite de grandes investimentos para impulsionar este mercado. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.