04/Sep/2024
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, descartou por ora a perspectiva de acionamento da bandeira tarifária de escassez hídrica, que é o nível mais severo. Pela primeira vez em mais de três anos, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) anunciou no dia 30 de agosto, o acionamento da bandeira tarifária vermelha patamar 2 para o mês de setembro, algo que já estava no radar do setor. A expectativa é de que o planejamento tenha surtido efeito e que os níveis pluviométricos sejam razoáveis para que o Brasil volte a ter os reservatórios nos níveis do ano passado, afirmou o ministro. O ministro de Minas e Energia garantiu que o planejamento do governo vai permitir que o ano de 2025 não tenha uma reprise dos apagões ocorridos em 2021.
Além de esperar o aumento nos níveis de chuvas, o governo discute diferentes medidas para garantir a segurança do sistema. Uma delas é a antecipação do contrato da Termopernambuco, do Grupo Neoenergia. Essa usina, localizada no Complexo Industrial Portuário de Suape (PE), participou do primeiro Leilão de Reserva da Capacidade, em 2021. O ministro negou que o despacho de térmicas fora da ordem de mérito seja necessário no momento. Ele também afirmou que o governo busca evitar "ao máximo" o despacho de usinas, em especial térmicas a óleo. A geração fora da ordem ocorre para compensar indisponibilidades futuras no sistema. São usinas que, a princípio, não estavam programadas para gerar energia de acordo com o planejamento do Operador Nacional do Sistema (ONS).
O termo "fora da ordem de mérito" se refere ao fato de serem usinas com custo maior que o determinado pelo preço de liquidação das diferenças (PLD). Para setembro, os fatores que acionaram a bandeira vermelha patamar 2 foram o GSF (risco hidrológico) e o aumento do Preço de Liquidação de Diferenças (PLD). Não há nenhum indicativo que, no curto prazo, será necessário despacho fora ordem de mérito, declarou Silveira. Ele também afirmou ser contra a utilização das usinas merchant (sem contratos de energia), para oferta adicional termoelétrica e como uma solução para aumento de potência do sistema. Sobre o leilão de reserva de capacidade, Silveira mencionou que há todo um "cuidado" para liberação do certame, em parte porque a estimativa de necessidade do sistema oscila "a todo momento". Por outro lado, a perspectiva de realização ainda é para 2024, algo já colocado em dúvida segundo fontes do setor. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.