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03/Sep/2024

Sementes: Caraíba investe para ampliar faturamento

O gosto por encarar desafios parece estar no DNA da família Buffon. Na década de 1970, o engenheiro agrônomo José Buffon saiu de Vila Velha (ES) para iniciar a agricultura em um Estado onde a pecuária dominava a economia, Goiás. No início, como representante da DuPont e depois como empresário na revenda de defensivos, foi um dos pioneiros a perceber o potencial agrícola da goiana Rio Verde. Quarenta anos depois, é a vez de seus filhos, Felipe e Mariana, transformarem o que era apenas uma revenda em uma empresa de diversas atividades, a Caraíba, com a meta ambiciosa de multiplicar o faturamento por dez, de R$ 100 milhões no ano passado, para R$ 1 bilhão em 2028. A ideia de ter apenas uma revenda ficou para trás. Buffon queria ter controle das sementes que vendia e há 20 anos montou a Caraíba Sementes, que trabalha com cultivo, produção, beneficiamento e comercialização de sementes certificadas de soja e milho.

Também investiu na Caraíba Genética, que atua na pesquisa e no melhoramento de cultivares de soja e híbridos de milho e no licenciamento de germoplasma de soja. Agora, para multiplicar o faturamento, o plano inclui ampliar o portfólio da Caraíba Sementes, que produz atualmente 500 mil sacas de sementes por ano, investir em marketing e relações públicas e reestruturar equipes. As contratações começaram no fim de 2023. O alemão Thomas Britze foi chamado para ser vice-presidente comercial e de clientes. Ele trabalhou por mais de 20 anos na Bayer, liderando os times do Brasil, Portugal e Itália. E Marcelo José Batistela, com passagens por Monsanto e GDM, chegou para comandar a área de desenvolvimento de produtos. A empresa tem o diferencial de desenvolver suas próprias variedades de sementes no Cerrado, para clientes no Cerrado.

A maior parte das sementeiras licencia produtos apenas e são pequenas e regionais, com exceção da Boa Safra. Em outra ponta, as multinacionais, como Bayer, são parceiras no licenciamento de biotecnologias. Principalmente nesse período de problemas climáticos, conhecer a região onde o produto será plantado, muda tudo. Como ação mais recente para conquistar espaço e faturamento num mercado avaliado em R$ 25 bilhões ao ano, a empresa lançou três novas cultivares para a safra 2024/2025, uma delas com a biotecnologia Intacta 2 Xtend. Outra frente de ação é licenciar o germoplasma da Caraíba, que tem 20 anos de desenvolvimento, para outras sementeiras. Segundo a empresa, ela é a única a ter um banco todo criado na maior região agrícola do País. Ampliar os Estados de atuação também é mais uma meta da companhia, e o movimento nesse sentido começou este ano com a venda de sementes em São Paulo, Minas Gerais e Tocantins.

Neste ano de expansão, um desafio para a empresa tem sido o menor poder de compra dos produtores e revendas. Menos capitalizados devido à queda das commodities, eles têm optado por pagar em parcelas, o que não era uma prática comum. Tradicionalmente, os produtores as compravam e pagavam no primeiro semestre. Mas, neste ano, nota-se um atraso nos pedidos e um parcelamento que será quitado até a entrega dos produtos, em setembro. Algumas revendas também passaram por dificuldades e precisaram de financiamento para aquisição das sementes, mas agora a compra para 2024/2025 está praticamente finalizada. A Caraíba tem chamado a atenção de concorrentes e investidores, mas os irmãos Buffon dizem que farão a expansão do negócio, pelo menos por enquanto, sozinhos. Fonte: Globo Rural. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.