02/Sep/2024
Segundo a MB AgroConsultoria, o mercado voltou aos preços dos últimos anos de fertilizante. A única exceção seria o MAP (fosfato monoamônico), que, mesmo com a correção, se mantém acima. Não há muitos fundamentos para o adubo subir demais, porque as margens já estão comprimidas, mas também não há muito espaço para queda porque os preços já estão ajustados aos sistemas de oferta e demanda de fertilizante no mundo todo. Para a soja e o milho, por exemplo, as relações de troca deste ano estão desfavoráveis para o MAP, mas favoráveis ao potássio. Isso vai ajudar o mercado brasileiro de adubo, porque a hora que vai fazer a fórmula média e joga no custo de produção, cabe na equação financeira porque um produto está ajudando a compensar o outro, reduzindo o custo de adubação. A relação de troca para o café e a laranja é extremamente boa para todos os produtos, enquanto para a cana-de-açúcar é “relativamente boa”.
Levantamento da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq-USP), mostram alta nos preços pagos pelo produtor rural por fertilizantes. O fosfato monoamônico (MAP) granulado teve uma alta de 38,8% em relação ao mesmo período do ano passado, o maior crescimento do período. Em comparação ao mês de junho, o aumento foi de 9,8%, com um preço mensal (cotado até 31/07) de R$ 4.470,00 por tonelada. O preço do sulfato de amônio granulado avançou 9,8% nos 12 meses, e 7,1% de junho a julho, cotado a R$ 157,50 por 50 Kg ao final do mês de julho. A ureia agrícola custava R$ 178,33 por 50 Kg ao final de julho, 10,3% a mais que no ano passado e queda de 4,3% em relação a junho. O nitrato de amônio granulado, no entanto, apresentou uma queda de 3,4% na comparação anual, embora tenha valorizado 1,4% em comparação ao mês anterior.
O preço mensal do período foi de R$ 2.130,00 por tonelada. Segundo a Safra & Mercado, há fatores geopolíticos que contribuem para a oscilação das cotações dos adubos. No caso dos nitrogenados, a Índia, como grande importadora de ureia, tem investido na produção doméstica, levando a uma redução de demanda e consequente tendência de queda nos preços neste ano. Na China, a política de restrição das exportações de nitrogenados e fosfatados, especialmente MAP e DAP, e por conta dessas restrições os preços dos fosfatados estão se mantendo em alta e os principais compradores têm dificuldade para importar o produto. Com isso, o Brasil precisa buscar outras origens produtoras da matéria-prima e pode ser afetado por maiores custos, inclusive, logísticos. No Cloreto de Potássio (KCl), em anos anteriores, principalmente em 2022, havia grande preocupação com uma eventual falta do nutriente.
Por ser um mercado restrito, com produção maior no Canadá e na Bielorrússia, qualquer desequilíbrio influencia negativamente o preço do produto globalmente. Contudo, a oferta do potássio está bastante confortável e elevada neste ano. Além disso, os compradores fizeram estoque, fazendo com que esse ano os preços estejam bastante favoráveis para os importadores e agricultores. Entre os riscos da safra de 2024/2025 estão a lentidão de demanda, ao passo que pode gerar um repique de comercialização bom para revendas e distribuidoras. E a concentração dos negócios em setembro e outubro pode levar a aumento do custo de produção no Brasil. Destaque para o encarecimento dos fretes e riscos logísticos para o adubo ser entregue na fazenda no momento que o produtor precisa para a safra verão (1ª safra 2024/2025). Outro fator desfavorável é que as relações de troca para soja e milho seguem prejudicadas, particularmente para o MAP. Fonte: Globo Rural. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.