28/Aug/2024

O leilão de concessão da BR-381 entre Belo Horizonte e Governador Valadares (MG), que será realizado nesta quinta-feira (29/08), terá duas propostas em disputa, ambas formuladas por empresas que ainda não operam no setor. Foi possível estruturar o projeto para que ele tenha atratividade. O tom de comemoração antecipada se deve ao histórico de tentativas frustradas de leiloar o trecho, que é conhecido como "rodovia da morte". Com estudos para concessão desde a década de 1990, foram três tentativas de repassar a gestão para a iniciativa privada. O último processo foi suspenso em novembro do ano passado após, mais uma vez, não atrair o interesse de nenhuma empresa. Uma das propostas que disputarão o leilão foi apresentada por um consórcio liderado pela Aterpa, grupo sediado em Minas Gerais, especialista em engenharia de infraestrutura, tendo 73 anos de operações.

Do outro lado estará a proposta da Opportunity, gestora de recursos fundada em 1994 que tem, em sua carteira de negócios, investimentos em patrimônio imobiliário. Com a participação da iniciativa privada, serão investidos R$ 5,6 bilhões na rodovia. E ainda tem a execução de trechos pelo Dnit, em total que supera R$ 1 bilhão. A delegação de responsabilidade para que o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) execute parte das obras, com recursos públicos, foi uma das alterações feitas na modelagem do projeto após o último leilão deserto. As obras do Dnit serão divididas em dois blocos. O primeiro, de investimento de R$ 400 milhões, está com o processo de licitação finalizado. Segundo o Ministério dos Transportes, a diligência da primeira licitação foi terminada na semana passada e, provavelmente, assinando o contrato após o leilão da quinta-feira (29/08), dando ordem de serviço. Para o outro lote, o edital de licitação deve sair ainda neste mês.

Os recursos públicos necessários para a parte do Dnit já estão empenhados e, dessa forma, não correm o risco de serem impactados pelo congelamento de recursos do orçamento do Executivo. A participação de duas empresas entrantes, que ainda não operam em concessões rodoviárias, demonstra os acertos nas modelagens dos projetos que compõem a atual carteira. Havia um grupo muito pequeno de empresas participantes. Com os ajustes, teve dois entrantes disputando no ano passado e, no desta semana, mais dois. A perspectiva é de que o leilão do trecho da BR-040/GO/MG, marcado para 26 de setembro, reunirá ainda mais concorrência. É a participação e a chegada de entrantes que mostram que os projetos estão bem estruturados. O Ministério dos Transportes tem, como plano de gestão, conceder 35 trechos rodoviários até 2026. Até o momento, foram realizados 3 leilões. A expectativa é de que, neste ano, outros 8 sejam concluídos, incluindo o desta semana. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.